A palavra ética, muito usual nos dias atuais tenta se esvaiar e ceder lugar a trasgos de baixarias, palavras de duplo sentido, procedimentos indignos, ou pérfidos, sórdidos e situações decorrentes de radialistas que esqueceram que o rádio foi programado para educar e não deseducar.

É preciso cuidado para que situações ridículas não se tornem coisas banais no meio radiofônico. O rádio deve ter uma linha de ação norteadora a todos os que têm compromisso com o microfone. Não só o repórter, redator, mas, principalmente o locutor, deve mensurar o que vai expor aos seus ouvintes.

O radialista, seja qual for o seu campo de atuação, tem o dever de cultivar a precisão, a clareza, a objetividade, a seriedade. Infelizmente, ainda se vê alguns programas de rádio utilizando palavras sem sentido ou mesmo de duplo sentido, ofensivas e até mesmo bobagens. Quando se reclama, eles afirmam que o povão gosta.

O radialista tem que ter plena noção de que centenas de milhões de ouvintes nas áreas urbanas e rurais dependem da massa de informações que lhes proporciona o rádio e que tão profundamente influi na sua formação, para criar juízos próprios e, assim, assumir e manter cidadania.

Mais do que uma bela voz o locutor tem que exercer a cidadania com ética e educação, e esquecer os palavrões e as histórias de mau gosto e a banalização da fofoca, da critica aos próprios colegas. Cada um deve procurar sua audiência, esquecendo a vida do outro.

O poder de agressão não faz o gênero do radialista. O Sindicato dos Radialistas de Ilhéus vem sendo surpreendido por um festival de impropérios desferidos por alguns radialistas, que no afã da audiência metralham para todos os lados e, lamentavelmente atacam os próprios colegas e, o pior, farpas entre funcionários do mesmo grupo. Isso não é bom!

O profissional precisa ter cuidado também com os ouvintes encomendados, evitando possibilitar armações para que o mesmo faça comentários negativos sobre outras emissoras ou profissionais de outros prefixos. O profissional não deve tolerar esse tipo de procedimento.

A informação sem preconceitos e sem ridicularização deve servir e interagir com respaldos jornalísticos no processo de comunicação. Infelizmente alguns companheiros ilheenses, entretanto, estão chegando a limites insuportáveis, pois a bestialidade está se tornando tão banal que compromete não só a classe profissional como o próprio rádio na sua condição de meio de comunicação social.

Torcemos por um rádio de qualidade e queremos ver o progresso dos nossos meios de comunicação e o sucesso dos nossos profissionais.

Audiência e credibilidade se conseguem por via da competência, seriedade e acima de tudo, da ética e do respeito ao ouvinte.

Elias Reis