Para o vereador Hilton Coelho (PSOL), presidente da Comissão Especial de Defesa da Criança e do Adolescente e membro da Comissão de Educação da Câmara Municipal de Salvador, a aprovação do projeto de lei 94/2015 pela Câmara e agora transformada em lei municipal nº 8857/2015 representa um avanço para a luta contra a medicalização.

 

“O Dia Municipal de Luta Contra a Medicalização da Educação e da Sociedade será promovido anualmente no dia 11 de novembro, passando a fazer parte do calendário oficial de eventos de Salvador. O principal objetivo deste dia é alertar e conscientizar a população sobre o perigo do uso desenfreado de determinados medicamentos que não solucionam de forma efetiva os problemas de saúde do paciente e tornam a ressoacialização do mesmo ainda mais complicada e dolorosa. No Brasil, a crítica e o enfrentamento dos processos de medicalização da sociedade e da educação crescem e para nós é um movimento fundamental”, analisa o socialista.

 

Para Hilton Coelho a sociedade brasileira vive um processo crescente de medicalização em todas as esferas da vida. “Entende-se por medicalização o processo que transforma, artificialmente, questões não médicas em problemas médicos. A razão de escolhermos o dia 11 de novembro refere-se a um evento realizado em São Paulo em novembro de 2010. Em turno de 1 mil profissionais das áreas de saúde e educação, estudantes e representantes de entidades participaram do I Seminário Internacional ‘A Educação Medicalizada: Dislexia, TDAH e outros supostos transtornos’. Como ação política deste evento, foi lançado o Fórum Sobre Medicalização da Educação e da Sociedade, de atuação permanente, que tem por finalidade articular entidades, grupos e pessoas para o enfrentamento e a superação do fenômeno da medicalização, bem como mobilizar a sociedade para a crítica à medicalização da aprendizagem e do comportamento”.

 

“Queremos que a sociedade debata o tema e se posicione contra está lógica perversa que classifica como ‘doente’ uma pessoa e exige que ela individualmente busque uma solução. Muitas vezes, famílias, profissionais, autoridades, governantes e formuladores de políticas eximem-se de sua responsabilidade quanto às questões sociais. Esse comportamento é cômodo quando as pessoas que têm problemas, são disfuncionais, não se adaptam, são doentes e são judicializadas. A aprendizagem e os modos de ser e agir têm sido alvos preferenciais da medicalização. Precisamos criar um amplo movimento de crítica e de enfrentamento dos processos de medicalização buscando uma sociedade inclusiva”, finaliza Hilton Coelho.