De acordo com matéria publicada neste domingo (21) pelo jornal O Globo, o laudo pedido pela Folha de São Paulo que analisou a gravação feita por Joesley Batista durante conversa com Michel Temer apresenta algumas inconsistências. O presidente chegou a citar a análise em seu último discurso.

Segundo a reportagem, Ricardo Caires, responsável por fazer a transcrição, se apresenta como perito do Tribunal de Justiça de São Paulo, mas atua apenas como prestador eventual, sem vínculos com o Tribunal. Procurado pelo O Globo, ele revelou que o trabalho que faz é inicial, sendo necessária uma outra perícia para uma conclusão definitiva.

Caires desmentiu a existência de 50 pontos de edição, como apontado pela Folha, e disse existir apenas 14 pontos editados. Ele afirmou, ainda, que utilizou para a elaboração do laudo um toca-discos, o programa Audacity e o software Vegas Pro 10, o que, segundo especialistas ouvidos pelo O Globo, são insuficientes para determinar uma suposta edição do material. Segundo o jornal, a transcrição contém, ainda, uma série de erros de português.

O perito confundiu, por exemplo, a presidente do BNDES, Maria Sílvia Bastos, com Marina Silva, além de ter trocado a sigla da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) com CDN.