O aumento expressivo de microempreendedores individuais acende um alerta amarelo para a taxa de inadimplência e para a expansão prevista de falências e recuperações judiciais no País. Especialistas consultados pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, dizem que pequenos negócios estão sendo abertos no âmbito da crise econômica e, portanto, na urgência de uma fonte de renda.

“Há um risco elevado de transitarmos de uma taxa de inadimplência elevada – maior que 5% – para uma altíssima, já que o custo do capital de giro hoje é quase inviável”, ressaltou o diretor de Pesquisas Econômicas da GO Associados, Fábio Silveira.

Conforme dados do Banco Central (BC), a taxa de inadimplência no mercado de crédito com recursos livres no País ficou em 5,3% em dezembro de 2015 ante 4,3% em 2014. Para pessoa física, a taxa foi de 6% e para as empresas, em 4,5%. Segundo o especialista, a provável bancarrota futura dos microempreendedores individuais (MEIs) só engrossará a tendência de alta nos próximos períodos para o indicador. “Enquanto tivermos uma taxa de juros elevada, esse sinal amarelo que se acendeu vai continuar”, destacou.

De acordo com a Serasa Experian, no ano passado, número de novas empresas no Brasil cresceu 5,3%, impulsionado pelo avanço dos MEIs, que representaram 75,9% ou 1.491.485 do total de 1.963.952 das empresas criadas no País em 2015.