Moro em um país onde as pessoas estão comprando bens como nunca fizeram antes. Não se trata das pessoas mais ricas, nem de um fenômeno restrito à classe média. Absolutamente, não!

Desde os moradores das periferias até os mais bem de vida, nunca se comprou tantos carros zero km, tantos imóveis, tantas roupas de marca, nunca se consumiu tantos cosméticos nem nunca se fez tantos procedimentos para colocação de botox ou cirurgias com fins estéticos, nunca se viajou tanto, a trabalho ou como simples lazer.

Entretanto, quando a presidente do país em que moro fez um pronunciamento em cadeia de TV, no último dia 12 de março, Dia Internacional da Mulher, foi brindada com adjetivos tais como vaca, vagabunda, anta e outros piores, que não ouso publicar porque os tenho como indignos para qualquer mulher, e mais ainda para a autoridade máxima de nosso país.

Nunca vi tantos carros novos nas ruas. Nunca vi tanta gente nos restaurantes. Nunca vi tanto pobre andando de avião, nem colocando filhos nas universidades e formando-os em graduação de nível superior. Mas a Rede Globo – o partido político de oposição mais poderoso do país – só diz que a economia vai mal, e que a tendência é, sempre, piorar!

Fico muitíssimo preocupado em relação a como as coisas estão sendo colocadas pela chamada grande imprensa, sobretudo a ligada às Organizações Globo: Para estes, o Brasil virou um antro de corrupção e podridão, que precisa ser urgentemente saneado, pois a corrupção nunca antes vista está matando o povo brasileiro!

Ora, faça-me uma garapa de limão! A corrupção que está aí, nos governos Lula e Dilma, é a mesma que sempre existiu, que sempre nos infelicitou, mas que antes não era noticiada, fosse porque vivíamos em uma ditadura (1964 – 1985), fosse porque no período seguinte os ocupantes da presidência, de José Sarney a Fernando Henrique Cardoso, eram aqueles que a Rede Globo apoiou e colocou no poder.

Na verdade, nada mais velho do que um político indicar um ocupante de cargo público para que este pratique corrupção e reparta os dividendos dos atos ilícitos com o político que o nomeou. Nada mais velho do que as roubalheiras na Petrobrás, na Sudene, nos bancos estatais. Mas nada disso era mostrado, porque era o candidato da Globo quem estava no poder. E o povo, simplesmente, não era nada!

Porém agora, depois que Lula e Dilma retiraram o Brasil do mapa da fome da ONU, depois que todos os nossos indicadores sociais melhoraram – desde a mortalidade infantil até a expectativa de vida – depois que as classes sociais mais pobres começaram a participar do mundo do consumo, a Rede Globo virou o bastião da moralidade, denunciando toda a lama que sempre existiu – isso mesmo, que sempre existiu – no Governo Federal, e que antes de Lula e Dilma a Globo sempre teimou em não enxergar!

Não defendo Delúbio Soares, Nem José Dirceu, nem mensaleiro ou corrupto algum. Desejo mesmo, profundamente, que todos eles vão e fiquem na cadeia, que para mim – após o devido julgamento – deverá ser o lugar deles e de todos demais que pratiquem atos de corrupção. Todos, de todos os partidos, não só do PT.

Porém não vou embarcar, como inocente útil, no discurso irresponsável daqueles políticos que, habilmente, manobram para tirar Dilma do poder a qualquer custo, e que no fundo querem fazê-lo por uma única razão: porque agora quem está se locupletando com o dinheiro público não é mais o grupo anterior, ao qual eles pertenciam.

Brasileiros(as), atenção! O Brasil, em termos de corrupção e roubalheira, é o mesmo que sempre foi, mas que nunca apareceu nas manchetes dos jornais. E tudo voltará a ficar por debaixo do tapete – como sempre ficou – no dia em que o candidato da Rede Globo voltar ao poder.

Não seja massa de manobra. Não seja inocente útil. Repudiemos a corrupção que infelicita nosso país, mas deixemos claro que queremos o que temos hoje no Brasil, e que só tivemos com Lula e Dilma no poder: a participação de todos os brasileiros no consumo, no acesso à educação, na ascensão social e econômica, na aquisição de bens e serviços.

O resto é briga de grandes políticos, onde o que está na oposição fala mal do que está no poder porque gostaria de estar lá, fazendo exatamente o mesmo ato ilícito que denuncia.

 

Julio Cezar de Oliveira Gomes é graduado em História e em Direito pela UESC – Universidade Estadual de Santa Cruz. e-mail: juliogomesartigos@gmail.comBrasileiros(as), Cuidado!‏ 2

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