“Viva a vida!”. Com essa frase, Anna Aragão encerrou, na tarde da quinta-feira (13), a audiência pública sobre a conscientização de doação de órgãos, que aconteceu no plenário Gilberto Fialho da Câmara Municipal de Ilhéus. Várias entidades como a Associação dos Renais Crônicos e Transplantados de Ilhéus (Arcroetil), representantes do Corpo de Bombeiros Militar e sociedade civil participaram da ação. A convocação para audiência pública partiu de um requerimento do vereador Makrisi Sá (PT).

A enfermeira Anna Aragão, da Organização de Procura de Órgãos do Hospital de Base de Itabuna, fez uma palestra sobre a importância da doação de órgãos. Hoje no Brasil, mais de 30 mil pessoas aguardam por uma doação. O caminho para sensibilizar e incentivar a população sobre a importância da doação de órgãos é o conhecimento. Através de debates e propagação de informações, o processo de doação e transplante pode ser entendido pelo público.

Na Bahia, a negativa familiar é um fator preocupante, pois apenas 30% das pessoas que participaram de uma entrevista realizada pela Secretaria de Saúde do Estado, sobre a doação de órgãos e tecidos, responderam que doariam. Muitas causas estão atreladas a essa decisão, que vão desde o atendimento obtido nas unidades de saúde, conceito de morte, despreparo emocional da família para tomar uma decisão até o desconhecimento do desejo do falecido quanto ao assunto e o desconhecimento da família quanto ao processo de doação de órgãos e tecidos.

Após vários debates, a audiência apontou algumas demandas para os diversos setores públicos. Para o Poder Legislativo Municipal, a criação da Frente Parlamentar para incentivo de Doação de Órgãos e Transplantes; encaminhar as indicações feitas durante a audiência para os devidos destinatários e  acompanhamento da pessoa com doença irreversível pela Comissão de Direitos Humanos. Já para o Poder Executivo Municipal, a urgente ativação do Núcleo de incentivo de Doação de Órgãos e Transplantes; implantação e/ou ampliação da política de saúde da pessoa com doença irreversível em todo o município; elaboração de diagnóstico dos casos pessoas com doença irreversível atendidas ou identificadas a partir dos órgãos de atendimento ao público no município; buscar parceria para ampliar a OPO Regional e acompanhar melhor o município de Ilhéus; ampliar para o turno da noite o funcionamento da Clínica Renal e criar um programa de funeral para doador. Ao Governo estadual caberá garantir o pleno Funcionamento do protocolo para doação de órgão bem com o funcionamento da OPO.