Dirigentes petistas reagiram com irritação, nesta segunda-feira (4), ao ministro Jaques Wagner (Casa Civil), que, em entrevista à Folha, disse que o partido “se lambuzou” no poder.

O ex-ministro da Justiça Tarso Genro disse que a declaração de Wagner “foi profundamente infeliz e desrespeitosa, porque generaliza e não contextualiza”. Segundo ele, o chefe da Casa Civil faz “coro com o antipetismo raivoso que anda em moda na direita e na extrema direita do país”.

“Com a responsabilidade que ele tem, deveria ser menos metafórico e mais politizado nas suas declarações”, reagiu Tarso.

A entrevista de Wagner acentuou o mal-estar entre governo e partido. Integrantes da direção partidária, deputados e senadores fizeram chegar ao Palácio do Planalto sua insatisfação diante da fala do ministro, classificada por eles como “um ataque desnecessário” à legenda.

O presidente do PT de São Paulo, Emídio de Souza, afirmou que o PT sofreu desgaste ao defender o governo de Dilma Rousseff. “Sustentar o governo mesmo quando ele se distanciou da sua base social e do seu programa também desgastou o partido. O momento é de ajustar o rumo do governo e do partido, garantir e aprofundar as conquistas e não ficar se atacando mutuamente”, disse Emídio.