As eleições foram encerradas no Iraque neste sábado (12), na primeira votação nacional desde que o país declarou vitória contra o grupo jihadista Estado Islâmico (EI).

Considerado o quarto desde a derrubada de Saddam Hussein pelos Estados Unidos em 2003, o pleito foi marcado por irregularidades e baixo comparecimento.

Os resultados serão divulgados em 48 horas e, como aconteceu nas consultas anteriores, pode levar semanas, se não meses, de negociações para formar um novo governo. No entanto, por enquanto, o fato mais preocupante é a baixa participação registrada, que pode ter sido ocasionada pela corrupção, falta de serviços e uma crise econômica resultante da queda dos preços do petróleo nos últimos anos.

As urnas foram abertas nesta manhã sem uma sinalização de um favorito, mesmo depois de várias semanas de campanha eleitoral.

O primeiro-ministro Haider al-Abadi enfrenta forte competição de partidos políticos que tem melhores relações com o Irã.

O afluxo a nível nacional não excedeu 40% dos 24 milhões de pessoas convocados a votar. O Estado Islâmico, que em 2014 passou a controlar um terço do país e o qual Abadi declarou “vitória” em dezembro passado, realizou alguns ataques em resposta ao pleito.

O episódio mais grave ocorreu contra forças de segurança iraquianas a 35 quilômetros ao sul de Kirkuk. Quatro policiais e dois membros das milícias leais à mobilização popular foram mortos. Na província de Diyala, a nordeste de Bagdá, os jihadistas do IS lançaram quatro morteiros em um local eleitoral, que não sofreu danos.

Mas quatro pessoas que estavam na vizinhança ficaram feridas. Medidas excepcionais foram tomadas pelo governo para garantir a segurança do voto, incluindo o fechamento de fronteiras e aeroportos por 24 horas. O trânsito de carros particulares também foi proibido em Bagdá, mas, no período da tarde, Abadi revogou a proibição para tentar pressionar os cidadãos a irem às urnas.

Numerosas reclamações de irregularidades foram feitas pelos eleitores, que alegaram não ter recebido as novas cédulas biométricas necessárias para votar a tempo com um novo sistema eletrônico. Na votação havia 88 listas com quase 7 mil candidatos concorrentes aos 329 assentos no Parlamento, dos quais 25% são reservados para mulheres. Com informações da ANSA.