Depois de seis semanas de crise secessionista aguda na Catalunha, o primeiro-ministro da Espanha, Mariano Rajoy, anunciou neste sábado, 21, a intervenção no governo regional catalão, dominado por independentistas, e a suspensão de fato de sua autonomia. O Parlamento regional não será dissolvido de imediato, mas o governador Carles Puigdemont será afastado de suas funções, assim como seu vice, e novas eleições regionais serão convocadas, em data ainda a ser definida, quando os parlamentares serão substituídos. Depois de já ter assumido o controle das finanças da região autônoma, Madri assumirá também o controle sobre novas áreas administrativas, ainda não descritas.

Embora o premiê tenha afirmado que as ações não resultam na perda da autonomia da Catalunha, na prática o governo regional hoje constituído deixa de ter poder efetivo. A decisão foi tomada após uma reunião extraordinária do Conselho de Ministros que perdurou por mais de duas horas pela manhã. A portas fechadas, o gabinete de Rajoy deliberou sobre que medidas adotaria entre as previstas no artigo 155 da Constituição. Uma hora mais tarde, o primeiro-ministro convocou a imprensa espanhola e internacional ao Palácio de Moncloa para anunciar sua decisão.

A primeira medida anunciada foi a intervenção no Parlamento da Catalunha, uma intenção que terá deverá ser confirmada pelo Senado espanhol na próxima semana.