Em apenas uma semana o número de casos de microcefalia no Brasil aumentou 10% e alcançou a marca de 3.893 notificações. Os registros ocorreram em 764 municípios, em 20 Estados e no Distrito Federal.

O vice-presidente de Pesquisa e Laboratórios de Referência da Fiocruz, Rodrigo Stabeli, alerta que os números ainda deverão crescer. “Chegaremos a 16 mil casos neste ano”, estima. Para Stebeli, a epidemia de zika é um dos mais graves problemas de saúde pública já enfrentados pelo Brasil. “A evolução epidemiológica de problemas relacionados à infecção é muito mais rápida do que em outras doenças, como HIV e tuberculose”, diz.

“Estamos assistindo à chegada de uma geração de bebês que necessitam de cuidados intensos para sua melhor qualidade de vida”, afirma. “Será necessária assistência para essas crianças, fora o impacto para a família”, explica.

Exames feitos em bebês e fetos com a má-formação reforçaram a tese de pesquisadores de que o aumento de casos é causado pela transmissão vertical – da mãe para o bebê, na gestação. A amostra mais recente ocorreu em Minas, com um bebê que nasceu com microcefalia. Análises feitas da medula espinal identificaram a presença do zika vírus.