Atento às demandas da população ilheense, o vereador Fabio Magal (PSC) pediu que sua equipe fizesse um levantamento sobre os recursos arrecadados pelo município por meio da cobrança das infrações de trânsito. Segundo Magal, o dinheiro que Ilhéus arrecadou com multas nos últimos anos seria suficiente para construir a ciclovia reivindicada pela Associação Ilheense de Ciclistas.

“Quando a gente fala que Ilhéus tem uma indústria de multas, muitos pensam que dizer isso é um exagero”, lembra Magal, mas “os números da arrecadação são espantosos”. De acordo com o vereador, se a gestão do prefeito Jabes Ribeiro (PP) não melhorou os serviços de educação e saúde, os cidadãos não podem deixar de reconhecer a eficiência com que o governo pune os infratores de trânsito. “Essa parte funciona muito bem”, ironiza.

O vereador obteve dados do município sobre o pote de ouro das multas. Em 2013, primeiro ano da gestão atual, a prefeitura arrecadou R$ 562.422,10. Multiplicou esse valor por seis no ano seguinte: R$ 3.375.420,75. Desacelerou um pouco em 2015: R$ 2.589.517,00. Manteve o ritmo nos primeiros seis meses desse ano: R$ 1.368.508,92. Resultado? Mais de sete milhões e oitocentos e noventa mil reais.

Um exemplo: o custo médio da ciclovia construída em São Paulo chegou a R$ 650 mil por quilômetro. Considerando esse preço, calcula o vereador Fabio Magal, o valor arrecadado com multas em Ilhéus durante o governo Jabes daria para construir uma ciclovia de doze quilômetros.
“Nosso trabalho é fiscalizar a gestão dos recursos”, por outro lado, o “vereador também deve apresentar ideias para melhorar a cidade”, explicou Magal, antes de reafirmar a urgência do debate propositivo sobre a mobilidade urbana e a segurança no trânsito de Ilhéus.