O Instituto Médico Cardiológico da Bahia (Imcba), que administra dez unidades de saúde das cidades de Candeias, São Francisco do Conde, Madre de Deus, Lauro de Freitas e Salvador, foi alvo da Operação Copérnico deflagrada na sexta-feira (22), pela Polícia Federal (PF) por montar, com auxílio de prefeituras, um esquema de fraudes em licitação, superfaturamento, corrupção e desvio de verbas do SUS.

Dos cinco municípios investigados, três prefeitos foram indiciados, segundo a delegada da PF Luciana Matutino, chefe da unidade de combate à corrupção e desvios públicos e que está à frente das investigações.

Apesar de não revelar os nomes, ela afirmou que foram indiciados apenas os chefes do Executivo de cidades das quais a PF possui relatório técnico que comprova fraude nas licitações. Em Salvador e Lauro de Freitas, ainda de acordo com a delegada, os relatórios não foram finalizados.

Portanto, restam apenas três cidades: Candeias, cujo prefeito Sargento Francisco Conceição foi afastado por 180 dias no dia 19 deste mês por improbidade administrativa; São Francisco do Conde, com o prefeito Evandro Almeida; e Madre de Deus, com o prefeito Jéferson Andrade.

A operação foi deflagrada em conjunto com a Controladoria Geral da União. Segundo o chefe adjunto da CGU/BA, Ronaldo Machado, há indícios de superfaturamento e desvio de R$ 70 milhões em duas cidades que não apresentaram comprovação desses gastos: São Francisco do Conde e Candeias. Em Madre de Deus, a investigação da CGU ainda não foi finalizada.

Empresário – Na operação da PF, um empresário baiano apontado como o líder do esquema, que não teve o nome divulgado pela polícia, foi preso provisoriamente por estar ameaçando testemunhas.

“O empresário e os prefeitos que estão envolvidos vão responder em coautoria por participar de organização criminosa, corrupção e superfaturamento. Num dos municípios, o prefeito reconheceu que se tratava de uma licitação ‘carta marcada’”, destacou a delegada.

Nota recente divulgada pelo Ministério Público Federal (MPF-BA) aponta o empresário Nicolau Emanoel Marques Martins Júnior como proprietário do instituto. No entanto, a PF não confirmou se Nicolau é o empresário preso.