Até final deste ano, 20 casarões do Centro Histórico de Salvador (CHS) devem mudar de ocupações para atender contingenciamento de recursos púbicos e a política pública estadual em benefício da região. O Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (Ipac), unidade da Secretaria de Cultura do Estado (Secult), é o órgão responsável por essas mudanças e dispõe de 60 casas no perímetro da localidade, tombado como Patrimônio do Brasil pelo governo federal, via Ministério da Cultural, e chancelado pela Unesco como Patrimônio da Humanidade.

“Esses imóveis serão ocupados por importantes projetos artísticos, culturais, sociais e de economia criativa para, de forma articulada, dinamizar ainda mais o CHS”, afirma o diretor geral do Ipac, João Carlos de Oliveira. Ele informa que o instituto também terá sua sede transferida para o antigo prédio dos Correios, na esquina da Rua Ordem 3ª e Praça do Cruzeiro, em frente à Igreja de São Francisco.

“A antiga sede do Ipac será ocupada pelo ‘Casarão da Diversidade’, uma parceria da Secult com a Secretaria de Justiça Direitos Humanos do estado (SJDHDS) e a Universidade Federal da Bahia (Ufba), para o combate ao tráfico de pessoas, atendimento aos adolescentes e ao público LGBT”, diz João Carlos. O prédio do Ipac é do século 18, com cinco andares, tombado como Patrimônio Nacional, em 1941, e fica na esquina das ruas Saldanha da Gama e 28 de Setembro, próximo ao Viaduto da Sé.

De acordo ainda com o dirigente,“a mudança da sede promove melhor uso de recursos públicos para a administrar os prédios, com economia de energia elétrica, abastecimento de água e diminuição de terceirizados para vigiar menos imóveis”. O Ipac mudará quatro diretorias, seis gerências, cinco coordenações, além de dezenas de setores. “Essas ações integram as metas comprometidas com a Secretaria da Fazenda do Estado para diminuir os custos e otimizar a administração do instituto”.

Outra mudança será no sobrado de três andares do Terreiro de Jesus, nº 1, que está vazio. Nesse imóvel, serão sediadas as Orkestras Rumpilezz e Rumpilezzinha, que passarão a ter espaço de alta visibilidade para trabalhos educativos, artísticos, ensaios e apresentações, movimentando mais a região. Já o Solar Ferrão, prédio de seis andares do século 18, localizado da Rua Gregório de Mattos, nº 45, passa a sediar a Diretoria de Museus (Dimus). Até o final de 2017, a Dimus/Ipac reabre cinco coleções de arte (sacro-europeia, africana, popular e instrumentos musicais) para visitação gratuita nesse imóvel.