O escritor peruano Mario Vargas Llosa falou na segunda-feira (9) em São Paulo sobre a tumultuada situação política do Brasil e afirmou que esta situação se deve, em grande medida, a um movimento “sadio” que quer “purificar a democracia”.

“Existe um movimento que não quer que a democracia seja apodrecida pela corrupção”, afirmou Vargas Llosa durante sua participação no ciclo de conversas Fronteiras do Pensamento, que ao longo do ano analisará, através de uma série de conferências, as grandes mudanças na sociedade mundial.

O escritor tachou a situação política no Brasil de “surrealista” e advertiu que este estilo, apesar de ter produzido “obras-primas” nas belas artes, “no campo político é perigoso e pode produzir alguns pesadelos”.

Ganhador do prêmio Nobel de literatura em 2010, Vargas Llosa afirmou que “uma democracia imperfeita é preferível à maior das ditaduras”, em clara referência ao processo de impeachment que a presidente Dilma Rousseff enfrenta neste momento, e que foi chamado de “golpe” por ela mesma em várias ocasiões.