O secretário de Segurança Pública do Estado da Bahia (SSP/BA), Maurício Barbosa, defendeu a ação da Polícia Militar durante um confronto na Estrada das Barreiras, no bairro da Cabula, na madrugada desta sexta-feira (6), que terminou com 13 mortos e três feridos.

“A polícia deve agir com rigor, deve ser dura. Lógico, sem ser arbitrária. Mas atuando com firmeza”, disse Barbosa ao ser questionado sobre o caso durante uma coletiva no Hotel Pestana, voltada para divulgar a operação de segurança do Carnaval de Salvador.

“A atuação da polícia foi muito enérgica nesse ponto”, reiterou o secretário, que revelou que o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) investiga o caso, mas que informações preliminares apontam que todos os homens feridos participaram da troca de tiros.

“O Estado tem de atuar de forma enérgica no combate à criminalidade e ao crime organizado”, afirmou Maurício Barbosa. “Eu defendo muito a vida dos meus policiais, e isso para é o que importa: a vida dos policiais e a vida da sociedade, que está sofrendo com essas ações delituosas”, lamentou.

Junto com os criminosos a polícia encontrou uma grande quantidade de drogas e 16 armas, muitas de grosso calibre, assim como pelo menos cinco fardas do exército. Além disto, diversos veículos que podem ter participados de assaltos também foi apreendidos pela polícia.

Ainda segundo o secretário da SSP, a suspeita é de que o arsenal teria sido utilizados em ações criminosas que visavam agências bancárias. O DHPP investiga se o grupo participou de outros assaltos a bancos, entre eles o do terminal de autoatendimento do Banco do Brasil, no Posto-Escola BR que fica na avenida Tancredo Neves, no bairro do Stiep.

Caixa eletrônico do Banco do Brasil foi explodido na madrugada da quinta-feira (5); polícia investiga se vítimas da troca de tiros participaram da ação (Foto: Juarez Soares/Correio)

Caixa eletrônico do Banco do Brasil foi explodido na madrugada da quinta-feira (5); polícia investiga se vítimas da troca de tiros participaram da ação (Foto: Juarez Soares/Correio)

“A criminalidade que quiser enfrentar a polícia também vai encontrar uma polícia que  vai dar uma resposta à altura”, assegurou o secretário. Mais detalhes sobre a investigação devem ser revelados até o final da tarde desta sexta-feira (6).

Entenda o caso
A troca de tiros aconteceu por volta das 4h, na localidade do Campinho, entre um grupo com cerca de 30 homens e uma guarnição da Polícia de Rondas Especiais (Rondesp Central). Segundo a Polícia Militar, a guarnição recebeu a informação de que um grupo planejava arrombar uma agência bancária na Estrada das Barreiras.

A PM encontrou um veículo abandonado durante uma ronda na área. Ao investigar a denúncia, os militares foram recebidos a tiros, e um sargento da Rondesp foi atingido de raspão na cabeça. A PM revidou e feriu 16 homens durante o confronto.

Eles foram socorridos para o Hospital Roberto Santos. Das vítimas, doze não resistiram aos ferimentos e morreram após dar entrada na instituição. Já nesta manhã, mais uma delas morreu. Entre elas estava um adolescente. O sargento baleado durante a troca de tiros também foi socorrido, medicado e liberado ainda na manhã desta sexta-feira (6).

Segundo a Polícia Civil, todas as vítimas eram do sexo masculino. As outras três pessoas feridas no tiroteio continuam internada na unidade médica. Dois passaram por cirurgia e estão em estado grave. O terceiro homem não corre risco de morrer.

A identidade dos envolvidos ainda não foi divulgada pela polícia. Os corpos das vítimas fatais serão encaminhados ao Departamento de Polícia Técnica (DPT) de Salvador, onde deverão passar por perícia.