Com parceria no projeto de revitalização do Forte do Morro de São Paulo que tem investimento de R$ 9,2 milhões, via Lei Rouanet/BNDES, o diretor geral do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (IPAC), João Carlos de Oliveira, assinou ontem (20), na Ilha de Tinharé, município de Cairu, cooperação técnica com Prefeitura local, Associação Empresarial de Cairu e Instituto de Desenvolvimento Sustentável do Baixo Sul (IDES). “Já estamos fazendo modelos de parcerias como essa em vários municípios baianos, com prefeituras, universidades, organizações não-governamentais, paróquias de igrejas, comunidades e representantes diversos da sociedade civil; estamos abertos para parcerias em toda a Bahia”, afirmou ele durante a solenidade.

As parcerias do IPAC atendem momento de crise econômico-financeira do país e de contingenciamentos estaduais. “É fundamental a união de vários vetores da sociedade para conseguir atingir metas em momentos de crise”, ressalta João Carlos. Os R$ 9,2 milhões obtidos pelo IDES foram aplicados em arqueologia e consolidação da muralha, prédios e acessos do forte para transformá-lo num grande centro de visitação local, nacional e internacional. Pelo convênio, o IPAC disponibiliza especialistas nas áreas de arquitetura, museologia, patrimônio material e imaterial. Além disso, vai realizar cursos, oficinas e palestras para capacitação técnica de agentes municipais e da comunidade. Elaboração de material técnico para uso didático serão outras atribuições do instituto que é vinculado à secretaria estadual de Cultura (SecultBA).

MARÇO de 2017 – “A previsão é que o centro histórico-arquitetônico já seja entregue em março do próximo ano (2017) para a visitação pública”, garantiu durante o evento a diretora executiva do IDES, Liliana de Mello Leite. Segundo ela, o projeto foi iniciado em 2010 e agora pensa-se na governança e gestão sustentável do espaço. “Participam da construção, atores do governo federal, governo da Bahia, prefeitura de Cairu, empresariado local, e o IPAC tem sido um parceiro muito importante nesse processo”, disse Liliana.

Após a assinatura, a comitiva formada por cerca de 30 pessoas, dentre representantes federais, estaduais, municipais e da comunidade, iniciou vistoria no complexo fortificado originário do século XVII. “A muralha do forte tem cerca de 680 metros, além do portal, edificações à beira-mar, bateria de Santo Antônio, fortes Zimbeiro e São Luiz, dos séculos XVI, XVII ou XVIII, e o farol no cume do morro, construído no Segundo Império, já no século XIX, entre 1850 e 1855”, relata o diretor do IPAC. O forte é protegido como Monumento Nacional (1939) pelo governo federal através do IPHAN/MinC.

REPLICAR – “Essa parceria com certeza vai ser um modelo para replicar em todo o Baixo Sul e outras regiões da Bahia”, destacou Liliana Leite durante a vistoria. A prefeitura de Cairu fará apoio logístico para os serviços e acompanhará os trabalhos. O IDES fará coordenação geral e apoio logístico, enquanto a Associação Empresaria de Cairu realiza logística e mobilização comunitária.

O forte fica distante 248 km ou 2h de catamarã de Salvador. O centro terá sala de reuniões, anfiteatro com 240 lugares, espaço para eventos e café-cultural. Em agosto passado (2016), equipe do IPAC já atuava percorrendo Cairu, Ituberá, Igrapiuna, Camamu e Maraú, orientando as populações locais. O forte é da União cedido ao Estado, sob responsabilidade da Secretaria de Turismo (Setur). Sebrae e secretaria do Trabalho (SETRE) são outros parceiros. Mais informações: www.ides.org.br e (73) 99910-2383, 3256-2028. Acesse: www.ipac.ba.gov.br, facebook ‘Ipacba Patrimônio’, twitter ‘@ipac_ba’ e instagram ‘@ipac.patrimonio’.

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