Em entrevista ao site do El País, a jurista Eliana Calmon, de 72 anos, defendeu que as investigações da Lava Jato precisam chegar ao poder Judiciário. A declaração da baiana é dada seis anos após ter dito que “bandidos de toga estavam infiltrados no Judiciário”.

Sobre sua avaliação a respeito das ações da Lava Jato até o momento, a jurista afirmou: “A partir dela vieram à tona as entranhas do poder brasileiro, e sua relação com a corrupção em todos os níveis de Governo. Mas para que tudo isso fique muito claro, seja passado a limpo de fato, precisa se estender para todos os poderes. Muitos fatos envolvendo o Executivo e o Legislativo vieram à tona, mas o Judiciário ficou na sombra, é o único poder que se safou até agora”.

Perguntada se ela acha que o Judiciário teve papel no escândalo da corrupção envolvendo a Odebrecht, Calmon questionou: “Será que no Judiciário ninguém viu nada? Nenhuma licitação equivocada, um contrato mal feito, que ludibriasse e lesasse a nação? Ninguém viu nada? Por isso eu digo que algo está faltando chegar até este poder”.