Paulo Souto diz que atendeu ao povo 1Um dia após ser confirmado como pré-candidato a governador na chapa das oposições, Paulo Souto (DEM) justificou a sua decisão de disputar o comando do estado nas eleições de 05 de outubro. O ex-governador que há alguns meses resistia a enfrentar as urnas disse que voltou atrás depois de ouvir o apelo da população.

Segundo o democrata, a escolha não partiu de um desejo próprio, mas, “sim do povo baiano”, a quem ele agradeceu pelo estímulo de concorrer ao cargo. Na rede social facebook, há alguns meses foi criada uma página com o título: “Aceita Paulo Souto”. A rejeição ao PT, segundo ele, também condicionou os partidos DEM, PMDB e PSDB a caminharem juntos. Souto destacou o assunto em entrevista ontem a Rádio Sociedade da Bahia, quando sinalizou que as pesquisas, tradução do momento teriam o motivado para o pleito.

Entretanto, o ex-governador deixou claro que esse fechamento da composição só foi possível com o comando do prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), que desde o início acreditou na unidade do grupo para o processo eleitoral.

Ele minimizou a disputa interna com o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB), que evidenciou o desejo de ser o postulante a Governadoria. Em sua fala, Souto preferiu dar destaque a superação do fato pelo líder peemedebista, em nome da união. O ex-gestor baiano também deixou claro que o discurso será mostrar o melhor para Bahia e diante das composições já formadas previu uma eleição competitiva com os rivais. “Vamos marchar unidos, para uma eleição difícil”, concluiu.

Anúncio traz mudanças na gestão de Neto

O dia ontem foi de mobilização para as lideranças do DEM, PSDB e PMDB para o ato oficial de anúncio que acontecerá na segunda-feira, às 10 h, no Hotel Sheraton (antigo Hotel da Bahia – Campo Grande). Houve também repercussão com as supostas modificações que podem ser geradas. É certo que a formação da chapa envolveu muitas articulações entre democratas, tucanos e peemedebistas, com chances de espaços de peso para o PMDB, caso o grupo conquiste as urnas em outubro, mas também a ampliação de poder, no período atual, na Prefeitura Municipal de Salvador, comandada por ACM Neto.

Aliados do prefeito na vitória em 2012 e na gestão iniciada em 2013, o PMDB deve participar de forma ativa das possíveis mudanças a serem feitas no Executivo municipal, compartilhando de espaços relevantes. A movimentação seria impulsionada, após ser chancelada a participação do PMDB na chapa da oposição, tendo o ex-ministro Geddel Vieira Lima na corrida ao Senado.

A Secretaria de Urbanismo e Transportes de Salvador (Semut), antes comandada pelo ex-deputado federal José Carlos Aleluia (DEM), que saiu do cargo para se candidatar a Câmara Federal agora vai para as mãos do partido dirigido por Geddel. Atualmente está na pasta Orlando Santos, genro do ex-governador Roberto Santos. Essa seria a primeira concessão.

O mais cotado para o lugar é o ex-deputado federal Leur Lomanto, considerado um dos articuladores políticos do projeto de união entre os partidos. Com experiências também no Executivo, Lomanto é muito próximo ao ex-ministro, sendo o principal indicado para o posto de titular da Semut. Entretanto, a sua ida para a pasta ainda não foi confirmada. Consta que Lomanto teria outros projetos, o que o faria recuar. Caso, o ex-deputado oficialize a negativa, o partido deve estudar outras perspectivas de nome para ocupar o lugar.