O PCdoB decidiu em reunião da direção nacional do partido, neste domingo (4), lançar no próximo ano uma pré-candidatura à Presidência da República. De acordo com Davidson Magalhães, presidente da sigla na Bahia e membro da cúpula nacional da legenda, para que o PCdoB possa discutir com a sociedade brasileira um projeto antagônico ao atual quadro político do Brasil – segundo ele, de “agravamento da crise econômica e institucional do país” – é necessário colocar um pré-candidato. “Aquela promessa de resolver o problema econômico sob a expectativa de novo governo não aconteceu. O partido defende uma política de formar uma frente política ampla em defesa da democracia. Vemos que há um viés autoritário, de certas características de exceção na condução de investigações. Defendemos uma frente que garanta trabalho, garantias do Estado democrático de direito. Para isso, precisamos de um candidato que discuta com a sociedade brasileira a nossa visão sobre o atual quadro e alternativas do projeto de desenvolvimento neoliberal”, explicou Magalhães em entrevista ao Bahia Notícias. Ainda segundo o presidente estadual do partido, entre os nomes cotados estão o de lideranças nacionais e regionais da agremiação, como o governador do Maranhão, Flávio Dino; a deputada federal Jandira Feghali (RJ), candidata derrotada à prefeitura do Rio de Janeiro; o ex-ministro dos governos Lula e Dilma, Aldo Rebelo; e a presidente nacional do partido, Luciana Santos. Questionado se a candidatura do PCdoB não enfraquece o projeto de uma possível frente de esquerda para 2018 por causa da pulverização de nomes, Magalhães afirmou que a confluência de partidos em torno de um pleiteante “não é o suficiente para enfrentar essa crise”. “Não é um projeto apenas da esquerda. Há um projeto nacional prejudicado pelas medidas desse governo”. Ainda de acordo com ele, o anúncio do PCdoB não é uma resposta à declaração do presidente nacional do PT, Rui Falcão, de que Lula é o candidato do partido para as próximas eleições presidenciais, sem que a sigla apoie figuras de outras sigla do mesmo campo político. “De jeito nenhum. O PT, PDT e outros partidos dessa frente mais à esquerda tem legitimidade para apresentar um nome. O processo de debate político-eleitoral passa pela personificação de uma candidatura”, afirmou ao citar também Ciro Gomes, confirmado candidato do PDT para 2018. Magalhães ainda negou que o PCdoB tenha aproveitado o vácuo de poder deixado pelo PT – combalido politicamente por uma série de escândalos de corrupção envolvendo figuras proeminentes da sigla – para lançar a candidatura. No entanto, avalia que o ciclo do partido “esgotou”. “Precisamos lembrar dos acertos, as políticas de inclusão social, de afirmação da nação do PT, mas fazermos uma avaliação crítica das limitações desse período. O que nos faz lançar essa candidatura não é o desgaste do PT, mas a necessidade de apresentar para a sociedade uma repactuação através de um novo ciclo político”, ponderou.