Neste ano, 3.447 candidatos a deputado federal se declararam de cor preta (896) ou parda (2.551). O número corresponde a 41% dos cerca de mais de 8.300 postulantes a uma vaga na Câmara.

Houve um pequeno crescimento no número absoluto de candidaturas de negros em relação à eleição anterior, em 2014, quando 2.930 dos que queriam ser deputado federal se disseram de cor preta (701) ou parda (2.229). O percentual de quatro anos atrás, no entanto, era o mesmo de agora.

Já a candidatura de jovens à Câmara dos Deputados caiu. Considerando os candidatos de 19 a 29 anos de idade, os números passaram de 457 (6,4% do total de candidatos), em 2014, para 408 (4,9%), em 2018.

Diante de tais números, o cientista político Thiago Vidal não vê perspectiva imediata de superação da sub-representação da sociedade brasileira na Câmara, principalmente em relação aos negros.

“A sub-representação parlamentar, que vai decorrer da sub-representação nas candidaturas, é sintoma da dificuldade que os segmentos mais jovens, os negros e o público feminino têm. É amostragem do grande problema que é essa falta de representação que não deveria existir, porque a maior parte da população é negra e feminina.”

Para Vidal, essa sub-representação é “claramente um problema institucional de instrumentos de participação [na política]”.

Amarelos e índios
Apesar do baixo número absoluto, as eleições de 2018 registram aumento de candidaturas de amarelos e indígenas. Neste ano, 40 indígenas vão concorrer a um cargo de deputado federal, 15 a mais do que em 2014.

Já entre os que se declararam amarelos, o número de candidatos passou de 38, na eleição passada, para 62, em 2018.

Quanto à faixa etária, a mais jovem candidata à Câmara dos Deputados tem 19 anos e é de Goiás. Essa candidatura, no entanto, deve ser impugnada porque a idade mínima para ser deputado federal é de 21 anos.

Já o candidato mais velho tem 90 anos e concorre por São Paulo.

Reportagem – José Carlos Oliveira
Edição – Natalia Doederlein

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