Diante do aumento de casos de infecções e da rápida dispersão do zika, uma rede de pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) redobrou os esforços para tentar definir a sequência genética do que, até seis meses atrás, era considerado o “primo fraco da dengue”. A rede de vigilância genética busca, por exemplo, analisar se houve uma mutação do vírus, descrito pela primeira vez em 1947.

O pesquisador do Laboratório de Virologia da FGV, em Pernambuco, Rafael França estima que serão necessários pelo menos dois anos para que perspectivas de tratamento de infecções pelo zika comecem a ser delineadas. “Há ainda muitas questões a serem respondidas. A primeira tarefa é identificar o genoma do vírus”, afirmou.

França afirma que a mutação pode não ser a resposta para o impacto que a infecção pelo zika vem provocando na população brasileira. “Há outros fatores que devem ser observados. Uma das suspeitas que precisam ser investigadas é se o vírus teria um impacto diferente entre pessoas que já têm anticorpos para dengue, um agente da mesma família que o da zika”.