A Procuradoria da República do Rio Grande do Sul tenta localizar o ex-secretário de Defesa americano Henry Kissinger, um dos personagens mais conhecidos da Guerra Fria, para que ele fale sobre a morte do presidente João Goulart.

A pedido da família, o Ministério Público Federal apura as circunstâncias da morte do presidente, deposto pelo golpe de 1964.

Nesta terça-feira (6), fará 40 anos que Jango, como era conhecido, morreu no exílio, na Argentina. A versão divulgada à época era a de que ele sofreu um infarto, mas existe a suspeita de que tenha sido assassinado por envenenamento. Há três anos, o corpo foi exumado para perícia, mas o resultado foi inconclusivo.

A Procuradoria incluiu, além de Kissinger, dois agentes da CIA e um subsecretário do governo americano na lista de depoimentos.

Evidências – O Ministério Público afirma que há evidências de que os americanos apoiaram golpes no continente e há necessidade de elucidar o “apoio estrutural” americano a ditaduras, incluindo o “envolvimento direto de indivíduos em assassinatos políticos”.

Kissinger, hoje com 93 anos, ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 1973 e é criticado por violação de direitos humanos dos Estados Unidos pelo mundo nos anos 1970, quando ocupou a Secretaria de Estado.