A prisão do marqueteiro João Santana reacendeu, dentro do PMDB, discussões sobre a viabilidade do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). A avaliação é que, com o avanço das investigações sobre pagamentos feitos ao marqueteiro por pessoas vinculadas ao petrolão, “a Lava Jato subiu a rampa do Planalto” e o governo perdeu o controle do processo.

Em encontros reservados, peemedebistas de todos os matizes avaliaram que os desdobramentos da investigação fortaleceram as ações contra a chapa da petista no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

O vice Michel Temer (PMDB) recebeu sinais de que, com as informações que existem hoje, há espaço para a cassação. Uma decisão desfavorável no TSE cassaria toda a chapa eleita em 2014. Esse fator, associado à sensação de que o governo não pode mais proteger a campanha de Dilma das suspeitas de irregularidades, reativou a ala do PMDB entusiasta do impeachment e levou nomes do partido que ainda são vistos como fiadores do governo a refazer cálculos.

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), por exemplo, ouviu avaliações que apontam o impeachment como uma saída menos traumática e com maior nível de controle político sobre o desfecho do processo. Segundo esses interlocutores, ficar inerte aos avanços das investigações deixaria Congresso e Planalto reféns de movimentos capitaneados exclusivamente pelo Judiciário.