A ONU Mulheres promove a democracia paritária, um regime democrático justo e inclusivo que permite às mulheres liderar e participar de forma substantiva e igualitária da tomada de decisão, junto com os homens, para contribuir com a agenda pública.

No Brasil, a ONU Mulheres apoia a participação política de mulheres em todos os espaços de poder, formais e não formais, garantindo a sua diversidade e o fortalecimento dos movimentos de mulheres e feministas: negras, indígenas, ciganas, rurais, jovens. Saiba mais sobre democracia paritária.

08 de Março, dia internacional da mulher, convida-nos a uma reflexão sobre as mulheres e o mundo da política. Pensar no papel social desempenhado pelas mulheres na sociedade brasileira (mais especificamente sob a ótica da política) é sempre um exercício interessante, principalmente quando levamos em consideração uma sociedade como a nossa, construída sob a égide do machismo, do patriarcalismo, na qual o homem sempre ocupou o espaço público e a mulher, o privado.

Na Câmara Federal com 513 deputados e o Senado da República com 81 parlamentares, é totalmente desproporcional o número de mulheres. Aqui mesmo na cidade de Ilhéus, o absurdo é pior ainda. Com uma composição de 19 vereadores, Ilhéus sequer tem uma mulher no parlamento. Uma vergonha pra nós eleitores.

Ilhéus nunca teve uma prefeita.

E ai surge as dúvidas quanto a importância de uma nova reforma eleitoral. Ora, se cada partido é obrigado garantir legenda para no minimo 1/3 das candidaturas, por quê não uma analise para garantia não necessariamente de cota, mas alteração na Lei 9.504, que estabeleça e reserve na mesma forma 30% das vagas para as mulheres. Um outo absurdo: Ao longo de sua história de quase cinco séculos, Ilhéus nunca teve uma intendente, nomeada e muito pior uma prefeita que pudesse dirigir essa terra sofrida, abandona e machista.

Guerreira, batalhadora, inteligente e, principalmente perseverante. Dra. Lu Cerqueira, como é conhecida em toda a região cacaueira, mais uma vez estará concorrendo a um cargo eletivo em 2020.  Já foi duas vezes candidata a vereadora, uma vez a deputada estadual, e uma vez a Federal.

“Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu”. (Eclesiastes 3:1).

Câmara de vereadores de Ilhéus nunca teve uma presidenta. Na atual legislatura sequer tem uma parlamentar.

Ainda temos um espaço fechado entre os homens? Não, isso vem mudando, e a participação política e muitas eleições vitoriosas das mulheres é prova disso. Porém, mesmo que ainda tímida, a presença cada vez maior de candidatas é algo fundamental para o fortalecimento da democracia, afinal, a representatividade feminina é extremamente necessária quando pensamos nas lutas pelos direitos das mulheres em um contexto no qual, como se sabe, ainda há muito preconceito, exclusão e violência contra elas. Ao apontarmos que dentre os eleitores no Brasil as mulheres são maioria (pouco mais de 51,7% do total, segundo o governo federal), certamente este é um aspecto explorado pelos candidatos (ou candidatas) na tentativa de arregimentar esse voto feminino. Mais do que isso, é um indício de que há a necessidade de atenção para essa parcela considerável da população, ainda mais em se tratando de uma sociedade que busca se fortalecer enquanto democracia. Esta, por usa vez, já há algum tempo vem se consolidando, e uma participação maior das mulheres vai ao encontro disso.

Mesmo sendo maioria no censo, será que a mulher ainda não aprendeu a votar? Não descobriu sua força?

Na década de 70 do século passado, as mulheres representavam 35% do eleitorado, ultrapassando a marca dos 50% no ano de 2006, quebrando a hegemonia do eleitorado masculino. Em relação à disputa eleitoral, de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o número de candidaturas femininas alcançou 31,7% do total de registros nas últimas eleições de 2012, o que significa certo avanço.

Nesse sentido, o maior número de candidaturas pode ser associado a uma maior emancipação feminina, o que não deixa de ser fato quando avaliamos as mudanças e transformações pelas quais o papel da mulher brasileira passou, mas não se resume a isso. Mesmo assim, segundo o site da Câmara dos Deputados federais, um estudo da União Interparlamentar, ligada à Organização das Nações Unidas (ONU), colocou o Brasil em 120º lugar em um ranking da proporção de mulheres nos parlamentos, o que significa estar atrás de países islâmicos como Paquistão, Sudão e Emirados Árabes Unidos. Uma vergonha para os eleitores brasileiros.

O papel social da mulher e sua posição na sociedade brasileira ainda são permeados de contradições. Em termos quantitativos, basta analisarmos alguns dados apresentados pelo governo, observando-se que a participação das mulheres na Câmara dos Deputados é de 9% e, no Senado, de 10% do total. Além disso, o número de governadoras de estado também ainda é muito pequeno.

“A esperança é o motor da vida. É uma luz na direção do futuro. Continuarei lutando e acreditando na vitória, sem nunca desanimar e desacreditar nas pessoas”. (Lu Cerqueira).

Texto encaminhado pela cidadã ilheense Lúcia Lima Alvim, Cel. 98834-9xxx, (CPF 765.876.78x-xx) que torce, vota e espera um dia ver a advogada militante Lu Cerqueira num cargo eletivo e de destaque na cidade de Ilhéus.

O Editor do site Elias Reis, posta matéria ipsis litteris assim como recebeu, e parabeniza pela redação.

Fonte: www.jornaldoradialista.com.br