Rachado e fragilizado pelas investigações da Lava-Jato contra o seu principal líder, o PT inicia o período pós-impeachment buscando um discurso contundente para se opor ao governo do presidente Michel Temer. Mas a tarefa se torna ainda mais complexa dado o embate interno que tende a se acirrar já nos próximos dias.

“Pior do que perder o poder, é perder o discurso. Isso é o que mata”, resume um parlamentar da ala mais à esquerda da legenda.

A avaliação desse petista é que o partido terá problemas para defender o seu legado no cenário atual do País. Por exemplo, seria difícil convencer a população a se opor ao fim da obrigatoriedade de participação da Petrobras na exploração do pré-sal diante da revelação dos escândalos na gestão da estatal. A bandeira da redução da pobreza promovida pelo governo Lula também pode se perder com a crise econômica.

As discussões sobre como sair dessa encruzilhada serão iniciadas em reunião da Executiva da legenda na sexta-feira (02), em São Paulo. Com a missão de apaziguar as diferenças, Lula foi convidado para participar do encontro. A esperança é que o principal nome da legenda entre em cena mais uma vez para evitar um racha.