Os episódios que envolveram os clubes do Bahia e Vitória no último Ba-Vi, assim  como a cena que virou noticia em vários países, onde o jogador Jefferson Reis do Operário aparece agredindo o gandula Tadeu Kutter, comprovam claramente a falta de equilíbrio emocional dos jogadores numa partida de futebol.

Outros casos desse tipo já ocorreram meses, anos, décadas atrás. Em abril de 2017, o jogo entre Peñarol e Palmeira pela libertadores terminou em pancadaria. Fernando Brass e Willian ficaram feridos e Felipe Melo foi agredido e perseguido dentro de campo. Em novembro do mesmo ano a confusão foi entre dois jogadores do mesmo time. O atacante Felipe Vizeu e o zagueiro Rholfo do Flamengo também se estranharam dentro de campo.

Quem não lembra da cabeçada de Zidane (Itália) em Materazzi (França) na final da Copa de 2006 e a joelhada que Neymar levou do colombiano Zuniga nas quartas de final da Copa do Mundo de 2014?

Bruno Backer Junior e Dietamar Martins Samulski, dois grandes nomes da Psicologia do Esporte, já diziam que a preparação de um atleta é composta por fatores físicos, técnicos, táticos e psicológicos.

Sabemos que o esporte acaba girando muito em torno do treinador, nutricionista, preparador físico, preparador de goleiros e outros profissionais que fazem parte de um clube, no entanto, a Psicologia do Esporte é essencial principalmente no esporte de alto rendimento.

O trabalho do psicólogo é um trabalho de bastidores, realizado no dia a dia do atleta, semanalmente trabalhando a demanda individual ou grupal da equipe. É um trabalho a longo prazo e é feito como uma preparação física, tem toda uma priorização, acompanha as necessidade do atleta no treinamento de base, especifico ecompetitivo.

Não basta treinar somente o corpo, a parte técnica e tática, sem trabalhar todas as questões emocionais do atleta para que esteja preparado para gerenciar as expectativas em cima dele, como a ansiedade e o estresse que vai passar antes, durante e após uma partida.

Muitos atletas acreditam estar preparados emocionalmente para dar conta do recado, mas na verdade, muitos acabam ficando assustados diante das torcidas que lotam os estádios. Eles percebem que o momento é muito intenso e cada um sente de uma forma, uns pressionados, outros motivados para conseguir o resultado.

Aqueles que estiverem mais preparados psicologicamente para as pressões dentro do campo, estarão mais maduros para enfrentar de uma maneira positiva os conflitos de uma partida de futebol. Este amadurecimento deve se dar pelo acompanhamento psicológico do Psicólogo do Esporte.

Todos os jogadores chegam aos jogos muito bem preparados fisicamente, porém alguns fatores vão fazer a diferença, uma delas é a atitude que o atleta tem na hora da competição, na tomada de decisão, de como vai se comportar diante do seu adversário. Nestas situações de confronto vai precisar pensar duas vezes para não perder a oportunidade de fazer o seu melhor.

São alguns minutos, segundos, milésimos de segundos que definem um trabalho de anos que foi realizado. Para saber se o atleta está caminhando para o lado certo, basta saber que tipo de acompanhamento psicológico está sendo oferecido pelo seu clube.

 

 

 

Luciano Amaral

Graduando em Psicologia 8º Semestre

Faculdade de Ilhéus

Pós-Graduando em Psicologia do Esporte

CEPPE – Consultoria, Estudo e Pesquisa da Psicologia do Esporte – São Paulo

APPE – Associação Paulista da Psicologia do Esporte