Nesta semana, eventos em mais de 1.200 municípios vão tratar da importância da ciência e da tecnologia para o desenvolvimento nacional. As atividades vão envolver institutos de pesquisa, universidades, escolas e empresas de diversos ramos da economia com o objetivo de estimular o interesse de estudantes em inovação e pesquisa.

As iniciativas ocorrem no âmbito da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, uma promoção do governo federal em parceria com instituições públicas e privadas. A programação, espalhada por cidades de diversos estados, pode ser consultada no site oficial do evento (http://snct.mctic.gov.br/semanact/opencms/index.html). A consulta pode ser realizada também por meio do aplicativo Semana Nacional de Ciência e Tecnologia – SNCT, disponíveis em lojas de apps.

O principal evento ocorre em Brasília, Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade, onde uma estrutura foi montada com stands de diversos órgãos de pesquisa. Interessados podem ver simuladores de navegação e de aeronaves, conferir experimentos, ter acesso a aulas sobre temas variados como gastronomia e programação e assistir a palestras sobre temas diversos.

Acontece em Brasília, entre 15 e 21 de Outubro, a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, promovida pelo Ministério de Ciência e Tecnologia.
Entre as atrações da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia em Brasília está uma réplica de avião de combate  – Valter Campanato/Agência Brasil

Um dos projetos apresentados no local é o Meninas na Ciência, promovido pelo Ministério da Educação em articulação com institutos federais de todo o país. Alunas destas instituições foram selecionadas para compor equipes que desenvolveram projetos para ensinar disciplinas como biologia, física, química e matemática de maneira mais lúdica e interativa. Durante esta semana, além de divulgar o projeto, estudantes selecionadas participam de oficinas para pensar como colocar os materiais e metodologias elaborados no mercado para que possam ser aplicados por escolas.

O projeto abriu espaço somente para meninas como forma de estimular a presença delas em carreiras científicas e tecnológicas. “Em outras edições do projeto, a gente viu que a presença preponderante era masculina. Às vezes, as meninas acham que elas não têm capacidade suficiente. Então, este foi feito para incentivar e dar este empoderamento a elas nessa participação”, conta Luciana Massukado, coordenadora da iniciativa.

A empresa Maker Robótica montou um stand para divulgar seus projetos de robótica educacional. A firma faz parcerias com escolas que desejam oferecer esses conteúdos a seus alunos e abre cursos de programação e robótica a jovens interessados neste tema. “A programação é a linguagem do futuro. Todos têm que aprender a programar e a criar assim. Desta forma, estamos desenvolvendo o raciocínio lógico, o trabalho em equipe e isso é uma preparação para o profissional 4.0”, explicou a representante da empresa, Luciene Nunes.

Outro projeto exposto é o Escola de App, construído na Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília (UnB). Professores da instituição fizeram pesquisas sobre violência contra mulheres na internet e realizam oficinas de formação sobre o tema e sobre programação em escolas. Já foram realizadas atividades no Distrito Federal e em quatro estados. Os aplicativos desenvolvidos são disponibilizados no sitehttps://www.internetedireitoshumanos.com.br/.

“Foram feitos muitos aplicativos sobre segurança para jovens mulheres. Como agir em caso de cyberbullying, de vazamento de imagens íntimas, botões de segurança em caso de ameaças, formas de apoio a quem sofre esses tipos de agressão e constrangimentos”, relatou a professora Janara Sousa, uma das responsáveis pela iniciativa.

Redução de desigualdades

A Semana Nacional escolheu como tema deste ano “Ciência para a Redução de Desigualdades”. Segundo a coordenadora da iniciativa e diretora do Departamento de Políticas e Programas para Inclusão Social, Sônia da Costa, o objetivo foi chamar a atenção para a necessidade de fazer com que a produção científica do país seja menos concentrada no centro-sul do país e mais espalhada pelas regiões.

“Cada vez mais a gente vê o aumento das desigualdades regionais. Apesar dos esforços de programas de governo voltados ao Norte e Nordeste, a gente vê que os editais acabam sendo voltados aos proponentes do Sudeste e Sul. É importante trabalhar a questão da popularização da ciência sob o aspecto de qualificar projetos, de que existem várias possibilidades de acesso para reduzir as desigualdades regionais, sociais, econômicas, gênero e raça”, comentou a coordenadora.

A diretora citou como exemplo o conceito de tecnologias sociais, inovações de baixo custo formuladas por unidades de pesquisa cujo desafio é a implantação desses conhecimentos em todas as regiões do país. É o caso, entre eles, da captação de energia solar.