No primeiro dia de debates do 10º Congresso Nacional da Fitert, que acontece desde o dia 24 até amanhã na cidade do Rio de Janeiro, os delegados e delegadas se debruçaram sobre discussões acerca da realidade nacional e internacional, e seus reflexos sobre a categoria no que diz respeito a direitos e desafios.

A mesa de conjuntura contou com a presença da metalúrgica Ana Paula Rosa, coordenadora da Intersindical – Instrumento de Luta e Organização da Classe Trabalhadora, da trabalhadora rural e secretária nacional de comunicação da CUT Nacional, Rosane Bertotti, e do carteiro e presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – CTB, Ronaldo Leite. Ana Paula destacou que a crise do capitalismo não pode ser paga pelos trabalhadores, como vem fazendo o governo Dilma com a retirada de direitos por meio das medidas do chamado ajuste fiscal. Segundo ela, depois das medidas provisórias 664 e 665, além das mudanças na previdência (MP 676), os ataques virão mais duros. Ela centrou a crítica no Programa de Proteção ao Emprego (PPE) apresentado pela CUT e outras centrais sindicais ao governo federal como tentativa de evitar demissões. Pelo PPE, as empresas poderiam reduzir a jornada e os salários em até 30% e o governo pagaria até 15% da redução, mas os trabalhadores poderiam perder 15% dos salários. Ela criticou muito o fato da CUT ter apresentado essa proposta, originalmente articulada pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC Paulista e depois incorporada pela Central. Rosane centrou a crítica ao conservadorismo do Congresso Nacional, impulsionado pela bancada BBB (Bala, Boi e Bíblia, como têm sido apelidados pelos movimentos sociais os deputados federais e senadores ligados aos lobbies da indústria armamentista, do agronegócio e das igrejas evangélicas). Para Rosane, o governo Dilma segue em disputa e é necessário unidade da classe trabalhadora para garantir a manutenção de direitos. A dirigente da CUT também defendeu a importância dos trabalhadores e sindicalistas terem uma visão “política” da sociedade, considerando que partidos e representações política são fundamentais para defender os interesses dos trabalhadores.