O estudo Atlas da Notícia, apresentado no 10º Fórum Liberdade de Imprensa e Democracia, mapeou a presença ou ausência da imprensa online e impressa em todo o território nacional, entre setembro e outubro do ano passado.
No painel “O ‘deserto de notícia’ no mundo globalizado”, a colaboradora da agência Volt Data Lab, Renata Massami Hirota explicou que o objetivo do levantamento é fazer relação entre a participação da imprensa nos locais pesquisados e os índices do IDHM (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal). “A gente queria saber se existia ou não relação entre os índices de renda e de educação. A conclusão é a de que existe uma correlação muito forte entre o número de jornais, não só impresso, mas também online com os índices de IDHM. Tanto de renda, neste caso, como de educação”, afirmou.
A pesquisa aponta que cerca de 35% da população nacional se encontra nas cidades em que há “deserto de notícias”, sem jornais impresso ou online locais. “Isso diz muito sobre o acesso à informação pela população local. Em algumas cidades as pessoas têm mais informações sobre o eixo Rio, São Paulo e Brasília do que da própria cidade, onde elas moram”, comparou Renata.
Mais de cinco mil veículos de imprensa, a maioria impressos, foram mapeados. De acordo com os pesquisadores, há um enorme “deserto de notícias” principalmente nas Regiões Norte e Nordeste do Brasil. As Regiões Sul e Sudeste, especialmente as capitais, têm o maior número de veículos de comunicação. No Sudeste, a cidade de São Paulo ficou em 8ª posição em número de jornais impressos e online por número de habitantes. Na Região Sul, Florianópolis tem a maior concentração de veículos noticiosos, com mais de 16 veículos para cada 100 mil pessoas.
Fortaleza aparece como a capital com menor número de jornais, menos de um veículo a cada 100 mil habitantes. Salvador tem pouco mais de um veículo de notícias por 100 mil pessoas. No entanto, segundo o levantamento, a concentração de pessoas nem sempre reflete na quantidade de veículos.
A 2ª edição do levantamento do Atlas será iniciada a partir de meados deste ano. O projeto de pesquisa idealizado pelo Projor (Instituto para o Desenvolvimento do Jornalismo) em parceria com o Volt Data Lab teve como base diversas fontes de informação como a ANJ (Associação Nacional de Jornais) e o Ministério das Comunicações.
Promovido pela Revista e Portal IMPRENSA, o 10º Fórum Liberdade de Imprensa e Democracia conta com o patrocínio da ABERT, e o apoio da OAB-DF. Além do apoio de mídia do Maxpress e apoio institucional da ABRAJI, ANER, ANJ e do Instituto Palavra Aberta.
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