O dramático encolhimento do mercado brasileiro de automóveis levou o presidente da JAC Motors, Sergio Habib, a tomar uma decisão incomum: convenceu os sócios chineses a sair do negócio e seu próprio grupo, o SHC, e construirá sozinho a fábrica da marca em Camaçari, segundo informações da revista Isto É.

Habib teria dito, segundo a revista, o carro a ser fabricado já está definido: será o crossover T5, que é fabricado na China como JAC S3. A nova fábrica, que teria investimentos de R$ 800 milhões e teve sua inauguração adiada devido à crise econômica, será bem mais simples e custará R$ 200 milhões.

Na verdade, a fábrica vai ter apenas a linha de montagem final, pois o carro virá praticamente pronto da China, em sistema CKD (Completely Knock-Down), inclusive já pintado. A capacidade de produção, que seria de 100 mil carros/ano no projeto inicial, será de apenas 20 mil carros/ano. A inauguração da fábrica será no início de 2017.

Sergio Habib não teve muitas dificuldades para convencer os chineses. Como a JAC Motors tem participação do governo da China, a operação brasileira teria de contar com auditores, diretor financeiro e uma série de entraves burocráticos caros que inviabilizariam uma atividade de apenas 20 mil carros/ano. Mesmo produzindo apenas 10 mil unidades do T5 no primeiro ano, a JAC brasileira conseguirá se livrar do grande empecilho que tem atualmente: a cota de importação limitada em 4.800 carros/ano. Pelo novo acordo, o grupo SHC (que engloba concessionárias das marcas JAC Motors, Volkswagen, Jaguar e Citroën) pagará royalties para a Jianghuai Automobile Corporation (JAC), que enviará engenheiros e ferramental para a nova fábrica.