Um grupo extremista, associado à Brigada Paraquedista do Exército Brasileiro, esteve presente no acampamento em frente ao Quartel General do Exército, em Brasília, após o resultado do 2º turno das eleições e participou do planejamento de ações que visavam a ruptura do estado democrático de direito.

O grupo conhecido como “boinas vermelhas” é citado em um relatório sigiloso de 27 de dezembro de 2022 da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), obtido com exclusividade pelo portal Congresso em Foco e entregue à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas., instalada em 25 de maio no Congresso Nacional.

O relatório da Abin apresenta ligações do grupo com uma série de eventos relacionados à manifestações bolsonaristas e conexão com outros grupos propensos à violência. “Seus membros se identificam como militares da reserva das brigadas de infantaria paraquedista do Exército brasileiro. Alguns deles estavam nas proximidades da sede da Polícia Federal, no setor comercial norte de Brasília, na noite de 12 de dezembro de 2022, quando houve tentativa de invasão do órgão policial”, descreve o relatório.

A Abin afirma que os membros do grupo se colocavam à disposição para uma ruptura institucional, incluindo ações violentas, diante de uma suposta ordem presidencial para serem acionados. O texto ainda levanta a hipótese do grupo ter feito um estoque de combustível na tenda que usava em frente ao Quartel General do Exército de Brasília e de promover risco de ataques durante a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“A presença do grupo na Capital Federal eleva o risco de ocorrência de ação violenta com potencial de impactar a posse do presidente eleito. Avalia-se que o grupo tem a capacidade, a motivação e os meios para planejar, executar ou prestar suporte a um ato extremista violento. Ademais, pode atuar como indutor de atos de vandalismo e obter a adesão de participantes da ocupação que originalmente não demonstravam propensão à violência”, avalia o relatório.