Será que a população ilheense pretende realmente transformar em votos a ideia de mudanças?

Se estiver convicta dessa ideia é preciso mudar também os critérios de escolha, adotando-se como prioridade o traçado de um perfil revestido de princípios éticos, morais, capacidade de gestão, independência, conduta, caráter, seriedade, vontade, espírito integrador e dentre outros, amor à causa e vergonha na cara, que servirão de parâmetros de avaliação em relação a cada pré-candidato. Aquele que não se enquadrar nesse perfil, automaticamente estará fora do páreo na corrida ao trono do Palácio Paranaguá, porque, o eleitor saberá perfeitamente fazer o enquadramento da relação binomial: perfil/pré-candidato.

Não prevalecerá o nome, mas, o conjunto de atributos qualificadores inerentes ao nome. Será uma seleção, onde por exclusão, alguns nomes restarão descartados, ainda nas preliminares, antes mesmo do inicio do jogo principal, evitando-se acordos espúrios e casamentos, onde os nubentes fazem da união um caminho para a defesa de interesses próprios e de grupos, jogando à pique e na sarjeta o nosso município, como se tem repetido na história desse nosso chão.

Por exemplo, quais os pré-candidatos que dotados dentre outras qualidades, representam realmente nomes novos e reúnem em si, condições de confiabilidade e competência para administrar o nosso município lastreado nos princípios norteadores da Administração Pública? A nosso ver esse  critério de escolha é mais seguro e confiável, do que, se escolher aleatoriamente apenas, pelo nome, como até aqui tem-se feito, porque o candidato é bonitinho, ou, bonzinho, ou, porque vem de família abastada, ou de origem humilde, ou, porque é um bom profissional, ou, ainda, para se vingar de quem está no poder se locupletando. Essa prática transformou a nossa princesa Ilhéus em mendiga.

A ideia de mudanças sob o comando de um nome novo viralizou. Virou epidemia, de modo, a ensandecer alguns pré-candidatos aparentemente com mais condições de elegibilidade a buscar nos partidos ditos menores, apoios e  nomes realmente novos, para comporem consigo em suas chapas, como vices. Mas, se de um lado o poder da grana desequilibra e oportuniza vantagens àqueles que o detém, do outro, a Era da informação oferece condições iguais de conhecimentos à todos indistintamente e, as ideias e o conhecimento, se bem utilizados como ferramentas nessa contenda, poderá sobrepor ao poder da grana que só compra, mas não pensa.

Quem não tem dinheiro, tem que ter ousadia. Não se deve ter medo e nem se achar diminuído, por imaginar que o adversário é mais forte. A fortaleza pode ser aparente, ou não ter sido construída sobre um alicerce sólido, principalmente, na história repetida da velha política, onde o jogo de interesses impera, daí o melindre para o desabamento, bastando a desconfiança de que o “pacto amarrado” foi celebrado com um nó frouxo, que poderá ser desatado a qualquer instante. Nesse contexto, ninguém confia em ninguém, apenas se une para satisfazer o que lhe convém.

Quem pensa em mudanças, não pensa em atalhos, nem em “acordos” espúrios. Não fica sobre o muro, acendendo uma vela para Deus e outra para o diabo, pois está escrito em Apocalipse 3:15:19: “… oxalá foras frio ou quente! Assim, porque és morno e não és quente nem frio, vomitar-te-ei da minha boca…”. Portanto, a mudança exige posição, definição, lado.

A oposição se intitulando “Oposição de Verdade” já se definiu e decidiu que dentre os 09(nove) partidos que a compõe sairão um único candidato a prefeito e o seu vice, pois, entendeu que os nomes novos capazes de promover as mudanças que o eleitorado exige estão entre eles, inclusive, todos se enquadram em qualquer critério de escolha idôneo, que venha a ser traçado.

Com a definição da oposição, os partidos da situação que integram à base do governo estadual e municipal encontrarão dificuldades em fazer uma composição e por certo cisarão, porque o esboço da dobradinha PSB/PSD não chegará a projeto pacificamente, se desse grupo fizer parte o PDT pois, o Vereador Cosme Araújo um dos fortes candidatos ao trono do Paranaguá, como é de todos conhecido, não tem perfil para aceitar goela abaixo uma chapa pronta e acabada sem discussão, ainda que seja ele o padrinho dos nubentes. Também, o PSC do Vereador Gurita não aceitará essa condição de submissão, mesmo que seja um convidado de destaque com direito a holofotes na festa desse matrimônio (PSB/PSD).

Não será diferente se a composição for PSB/PDT ou PSB/PSC. Haverá sempre insatisfeitos e probabilidade de rupturas.

Porém, com a cisão, o maior prejudicado será o PSB, porque, embora sob o comando de um deputado federal, além dos riscos de derrota se compuser com o PT ou com o PP para enfrentar as urnas, esses riscos não serão paliados se qualquer um desses dois partidos subir no seu palanque, por conta dos desgastes e descredibilidade perante o eleitorado, sem contar que com a subida do PP ao palanque, poderá provocar a descida do PSD, em razão da nutrida animosidade entre a Deputada Ângela Sousa (PSD) e o prefeito(PP).

Nesse jogo não se admite empate, nem uma solução “pacíficamente” imposta pela Capital, mesmo porque, dentre os partidos da situação, há pré-candidatos que não se ajoelham, nem se prestam ao papel de “catendes”.

“A sorte está lançada” e pelo andar da carruagem, os partidos da base governista estarão “partidos” em duas frentes e quem sabe, provocando com isso, a migração de alguns aliados “nanicos” aventureiros, sem cores, nem bandeiras, que sem espaço nas “negociações”, preferirão buscar acolhimento sob as asas da oposição, só “pela ideologia”. O PSOL, enigmático, deverá seguir carreira solo e assim, no certame envolvendo o assento do trono do Palácio Paranaguá terá como concorrentes 01(um) partido da oposição de verdade, 02(dois) da base governista e o PSOL.

O jantar está posto sobre a mesa da base governista e no cardápio uma única opção: “Balaio de Gatos ao molho de problemas”, sem direito a sobremesa. Bom apetite para quem tem estomago de avestruz.

 

 

Aldircemiro Ferreira Duarte da Luz

ARTICULISTA POLÍTICO