O Banco Central piorou sua projeção para a recessão deste ano. Agora, prevê queda do PIB de 3% e não mais de 1,9%, segundo fonte da equipe econômica. O desempenho mais fraco já foi incorporado nas projeções de inflação apresentadas na reunião de janeiro do Comitê de Política Monetária (Copom), que preveem variação do índice de preços acima da meta de 4,5% em 2016 e ligeiramente acima dessa mesma meta em 2017.

Mesmo com a revisão, o Banco Central segue mais otimista do que o mercado sobre o desempenho da economia neste ano. A mediana das projeções dos analistas para a queda do PIB em 2016 está em 3,33%. Os mais pessimistas apontam retração de 4,6%.

O fraco desempenho do PIB foi um dos fatores apontados pela ala mais moderada do Copom para se colocar contra a alta da taxa básica de juros, hoje em 14,25% ao ano. Para eles, a desaceleração econômica vai seguir pressionando a taxa de desemprego, provocando maior moderação nos reajustes de salários e contribuindo para desacelerar a inflação de serviços.

No mercado financeiro já prevalece a expectativa de que o Banco Central deverá manter os juros estáveis, mas passando a discutir a possibilidade de corte na taxa Selic ainda neste ano. O dado fraco das vendas do comércio – queda de 8,6% no varejo ampliado no ano passado – fortaleceu essa percepção.