O deputado federal Bebeto Galvão (PSB-BA) demonstrou preocupação com o reflexo do escândalo da Petrobras na indústria naval da Bahia. Em discurso no plenário da Câmara, nesta terça-feira (10), o socialista também criticou a decisão da ex-presidente da estatal, Graça Foster, que privilegiou grupos estrangeiros em edital de licitação, na modalidade convite, para construir blocos para equipamentos navais.
De acordo com Bebeto, a crise na Petrobras, que envolveu o presidente da Setebrasil, Pedro Barusco, impactou a indústria naval do estado baiano, já que a empresa não cumpriu com suas obrigações contratuais. “A Sete, com sua inadequação financeira, não pagou os seus contratados, como o Estaleiro Indústria Naval (EIN), na Bahia. A obra está com 80% do cronograma físico. Os 20% restante seria concluídos até dezembro de 2015. No pique da obra tivemos sete mil trabalhadores. Em outubro, com o início da crise e até dezembro tínhamos 5.500”, apontou o parlamentar.
O parlamentar também demonstrou preocupação com o privilégio que empresas estrangeiras tiveram ao assumir a construção de blocos para equipamentos navais. Bebeto lembra que já havia denunciado a atitude da ex-presidente da estatal. “Isso configura um verdadeiro tiro no pé e um desmerecimento ao setor naval e cadeia produtiva da construção, que tem produzido escala de crescimento com melhoria da indústria nacional.”
Ao defender a indústria nacional, o deputado afirmou que o desenvolvimento de indústrias brasileiras proporciona a criação de tecnologias que permitem o retorno do investimento. “A retirada de empresas brasileiras dos editais é desfavorável aos interesses do País. A indústria internacional, que não incorpora tecnologia, atende ao interesse de poucos. É necessário tempo para criação de tecnologia e o impedimento de empresas nacionais corta o aprendizado, o que inviabiliza a competitividade, forçando o país a se manter dependente de tecnologia externa”, completou Bebeto.
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