O presidente Jair Bolsonaro voltou a promover aglomeração durante uma motociata na manhã deste sábado (26) em Chapecó (SC). Ele não utilizava máscara de proteção contra o novo coronavírus.

O prefeito da cidade, João Rodrigues (PSD), é alinhado ao presidente e defensor do chamado tratamento precoce, ineficaz contra a doença. A motociata ocorre em momento de pressão para Bolsonaro, levado ao centro das investigações da CPI da Covid no Congresso diante das denúncias de irregularidades na compra da Covaxin.

Nesta sexta-feira (25), o deputado Luis Miranda (DEM-DF) disse à CPI que o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), foi o nome atribuído pelo presidente às supostas irregularidades. Ele afirma que Bolsonaro foi alertado sobre as suspeitas.

O vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), disse na noite desta sexta que há fortes indícios de que o presidente cometeu crime de prevaricação e afirmou que a comissão avalia enviar notícia-crime ao STF (Supremo Tribunal Federal).

A motociata começou por volta das 9h e reuniu milhares de apoiadores. O grupo percorreu ruas do centro de Chapecó e seguiu até Xanxerê, cidade a cerca de 40 km.

Bolsonaro chegou ao ponto de concentração por volta das 8h30, no distrito industrial de Chapecó, onde, sem máscara, cumprimentou apoiadores. O presidente foi a cavalo ao ponto de partida da motociata.
O local, no distrito industrial da cidade, teve o acesso fechado pela segurança da Presidência e trabalhadores das indústrias da região precisaram usar um desvio pra cumprir o expediente.
Transmissão nas redes sociais de Bolsonaro mostra o presidente subindo na moto com a ajuda de seguranças para acenar a apoiadores, que se aglomeravam ao seu redor. Os manifestantes acenavam bandeiras do Brasil e gritavam “mito”.

Ao fim da manhã deste sábado, de volta a Chapecó, Bolsonaro participará de um evento com evangélicos. O encontro foi organizado pelo Conselho de Pastores Evangélicos de Chapecó.

Bolsonaro já participou de motociatas em Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo. Na última, na capital paulista, no dia 12 de junho, Bolsonaro foi multado por seu desafeto, o governador João Doria (PSDB), por não ter utilizado máscara durante o evento. O valor da autuação foi de R$ 552,71.