A menos de 40 quilômetros da Esplanada dos Ministérios, esgoto a céu aberto. Foi lá, em Sol Nascente, comunidade que disputa com a Rocinha o título de maior favela da América Latina, que o presidenciável Eduardo Campos (PSB) iniciou sua campanha eleitoral.

Ao lado da vice, Marina Silva, concedeu uma entrevista a jornalistas sobre um amontoado de lixo na via central do bairro. “Este buraco está tão grande que tem de perguntar onde está a pista”, indagou Campos à reportagem.

Em seguida, alfinetou o PT, seu novo adversário. “Não se pode admitir que, a 35 quilômetros do Palácio do Planalto, no DF – governado pelo mesmo partido que o governo federal -, você ande em uma comunidade que sequer tem o lixo retirado das ruas. Não deveriam nem disputar a eleição, deveriam ter a humildade de dizer que fracassaram”, disse Campos, referindo-se ao PT.

Desafio

Na lista de queixas dos moradores, uma repetição: violência, falta de saneamento e alimento caro. “Ela comprava sacos de batata a R$ 50. Agora, diz que custam R$ 70”, comentou Campos com Marina, referindo-se a Maria do Carmo Pereira, 44, dona de uma barraquinha de verduras.

À reportagem, Maria do Carmo disse ter sido eleitora de Marina Silva em 2010, mas, até poucos minutos antes de falar com Eduardo Campos, não fazia ideia de quem ele era. A ambulante sintetiza o alto desconhecimento do pernambucano junto ao eleitorado nacional, daí o esforço de usar a popularidade de sua parceira de chapa como passaporte eleitoral.