O ex-ministro e ex-governador do Ceará, Ciro Gomes (PDT), comentou uma eventual aproximação com o Democratas, partido presidido pelo ex-prefeito de Salvador ACM Neto (DEM). Em entrevista a Mário Kertész hoje (24), durante o Jornal da Bahia no Ar da Rádio Metrópole, o pedetista fez um aceno ao bloco democrático para tentar garantir uma governabilidade. “Eu gostaria muito. O problema brasileiro é tão grave, profundo e estratégico que aquele que se aventurar a servir ao Brasil como próximo presidente da República, se essa for a minha grande e honrosa tarefa dada pela benção de Deus e pela mão generosa do povo brasileiro, eu vou precisar me apoiar em todo mundo que tem espírito público”, disse Ciro.

Ciro ainda criticou a mistura de política e religião e afirmou que a soma dos dois aspectos não traz bons frutos ao país. “O Brasil não cabe num gueto de esquerda, muito menos essa esquerda identitária que afronta a moral popular e a religiosidade do nosso povo. A gente precisa respeitar nosso povo como ele é, não para aderir aos fundamentalismos ou manipulações. Mas generosamente avançar juntos com o povo e entender que a política seja separada da religião para que a política garanta a liberdade de você possa adorar Deus do jeito que você quiser ou não adorar porque não tem a capacidade de entender Deus. Misturar com política só deu em genocídio, morte e perseguição”, comentou.

No entanto, o ex-ministro disse estar atento ao Democratas e classificou o partido como uma “Federação de Interesses”. Mesmo com o aceno a Neto, Ciro disse que não se ilude. “ACM Neto é presidente do DEM. O DEM é uma federação de interesses. Eu não tenho ilusão nenhuma, conheço os atores todos. Por exemplo Onyx Lorenzoni é bolsonarista raiz, acabou de fazer um acordo e confessou que meteu dinheiro na mão de Caixa 2, e foi perdoado. Vai pagar uma multa de 189 mil reais, mas é do DEM. Ronaldo Caiado, para mim um bom amigo, é também simpático ao Bolsonaro. Rodrigo Maia atritou-se aí e tal, mas eu quero também. O DEM faz o quê? Vai lá, vem cá e vai lá. Eu quero só dizer: eu quero também. Se vou conseguir ou não, a vida política vai dizer”, afirmou o pré-candidato à presidência da República.