Disputar um jogo decisivo com estádio cheio é sempre uma faca de dois gumes para os donos da casa. A mesma multidão que empurra o time ao ataque é também a que costuma deixar os jogadores nervosos pela obrigação da vitória. Neste sábado, 7, pela 34ª das 38 rodadas da Série B, às 16h30, na Arena Fonte Nova, o Bahia terá de provar contra o Santa Cruz que é capaz de se valer do aspecto positivo desse ambiente de dupla face.

As duas equipes lutam para ficar entre as quatro melhores do campeonato, que ascenderão à elite do futebol nacional. O Tricolor baiano é o 5º colocado, com 54 pontos. O pernambucano é o 7º, com 52.

Até as 17h desta sexta-feira, 6, mais de 17 mil ingressos já haviam sido comercializados. Somados aos cerca de 2,5 mil sócios do programa Arena Tricolor e mais 2,5 mil entradas corporativas (promocionais), já eram pelo menos 22 mil torcedores garantidos na partida. A expectativa é de um público superior a 25 mil pagantes.

O problema é que, das quatro vezes que o Bahia colocou na Fonte Nova mais de 25 mil torcedores neste ano, só ganhou a primeira delas. Diante de 40.205 expectadores, fez 3 a 2 no Sport pela semifinal da Copa do Nordeste. Depois, só fracassos. No jogo de ida da final do torneio regional, 40.805 torcedores viram o Tricolor levar 1 a 0 do Ceará. Pela Série B, 31.398 pagantes presenciaram o empate em 1 a 1 com o líder Botafogo. Por fim, nova derrota: 3 a 1 no último Ba-Vi, com 37.169 pessoas.

“A gente pede tanto o apoio do torcedor e agora que eles vão estar lá, enchendo a Fonte Nova, temos que ficar tranquilos e equilibrados. É um confronto direto em que temos a obrigação de abrir cinco pontos de vantagem para um concorrente”, disse o volante Souza, justamente o autor dos três gols contra o Sport.

O que corrobora a ideia de que ganhar com casa cheia pode ser complicado é que o Bahia já foi mandante em 32 partidas ao longo de 2015. E só teve duas derrotas, justamente para Ceará e Vitória. De resto, foram 25 triunfos e 5 empates, 4 deles com público superior a 18 mil. Além do jogo contra o Botafogo, o Bahia ficou no 1 a 1 com o Náutico (23.187), Sampaio Corrêa (19.091) e América-MG (18.185). O único empate com público fraco (6.383) foi com o CRB: 1 a 1, pelo Nordestão.

“Será um dos jogos mais difíceis do ano. A gente sabe que o torcedor do Bahia cobra muito, mas está ali com a gente e não nos abandona”, declarou Kieza, artilheiro tricolor em 2015, com 27 gols.

Com o lateral esquerdo João Paulo vetado por lesão e Vitor, seu reserva imediato, suspenso, o Bahia lançará a campo neste sábado Juninho, 18 anos, que ganhou a disputa pela posição com Ávine. Será a estreia do garoto, recém-promovido da base.

Insatisfeito com a atuação do time no último jogo – derrota no Rio para o Botafogo (1 a 0), o técnico Charles sinalizou com mudanças para este sábado. Na lateral direita, Cicinho, que não joga desde 19 de setembro, deve ganhar a vaga de Railan. No ataque, Maxi recupera a titularidade e Roger volta ao banco. Já no meio de campo, Rômulo pode ganhar nova oportunidade, com Tiago Real ou Eduardo deixando o time.

Aos 36 anos, o astro do time estava lesionado e não atua há um mês. O atacante, que marcou 6 gols em 12 partidas nesta Série B, está confirmado como titular, mas admite que dificilmente terá condição de jogar os 90 minutos.
Bahia x Santa Cruz – 34ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro

Local: Arena Fonte Nova, em Salvador (BA)
Quando: sábado, 7, às 16h30
Árbitro: Andre Luiz de Freitas Castro
Assistentes: Cristhian Passos Sorence e Jesmar Benedito Miranda de Paula (trio de Goiás)
Bahia – Douglas Pires, Cicinho, Gabriel Valongo, Gustavo e Juninho; Paulinho Dias, Souza, Rômulo e Eduardo; Maxi Biancucchi e Kieza. Técnico: Charles Fabian.
Santa Cruz – Tiago Cardoso, Vitor, Alemão, Danny Morais e Allan Vieira; Wellington Cezar, Bileu, João Paulo, Lelê e Luisinho; Grafite. Técnico: Marcelo Martelotte.