A Comissão Especial do Impeachment no Senado aprovou, com três abstenções, o cronograma de trabalho com os próximos passos. O depoimento da presidente afastada Dilma Rousseff (PT) foi marcado para o dia 6 de julho. Senadores governistas se abstiveram de votar, mas a proposta foi aprovada mesmo assim.

A data do interrogatório da petista ainda é uma previsão e pode ser adiada. Dilma pode optar por comparecer ou não à comissão. Em entrevista ao final da sessão desta quarta-feira, o advogado da presidente afastada, José Eduardo Cardozo, afirmou que “ainda não está definido” se ela irá ao Senado, mas que a possibilidade existe. “É uma estratégia muito pessoal dela e também tem todo um contexto que temos que avaliar”, disse o ex-ministro da Justiça. Questionado sobre a preparação de Dilma para um eventual depoimento, ele disse que sua cliente “lê todas as defesas”. “Ela sabe mais que eu”, disse Cardozo.

De acordo com o presidente da comissão, Raimundo Lira (PMDB-PB), o novo calendário foi formulado com a “concordância dos advogados [de acusação e de defesa], do relator [Antonio Anastasia (PSDB-MG)]” e dele. A previsão das datas foi classificada por Anastasia como “factível e exequível”.

Abstiveram-se de votar os senadores Lindbergh Farias (PT-RJ), Fátima Bezerra (PT-RN) e Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), que integram a “tropa de choque” de Dilma na comissão.