A presidente da Argentina Cristina Kirchner rebateu as acusações do promotor Alberto Nisman, encontrado mortoem seu apartamento no domingo (18), sobre o suposto encobrimento de agentes iranianos no caso Amia.

Em carta publicada em seu site na manhã desta quinta-feira (22), Kirchner acusou o ex-diretor de contrainteligência da Secretaria de Inteligência, Antonio Stiusso, de dar informações erradas a Nisman.

Pela primeira vez, porém, Kirchner pôs em dúvida a tese de que o promotor tenha se suicidado no banheiro de seu apartamento em Buenos Aires.

Segundo o jornal O Globo, Cristina afirma que Nisma foi vítima de um projeto arquitetado para atingir o governo.

 Nesta quarta (21), o chaveiro que abriu a porta do apartamento do procurador argentino disse que ela não estava trancada. Segundo ele, qualquer um poderia ter entrado no local, pois a porta estava fechada, mas destrancada. “Coloquei a chave e entrei em dois minutos”, disse ele a investigadores.
Identificado como Walter, ele disse ao “La Nácion” que qualquer um podia ter aberto a porta e que levou mais tempo “para guardar as ferramentas” do que para de fato abri-la.
 O chaveiro foi chamado pela mãe do magistrado na noite do domingo, depois que ela foi alertada que ele não havia pegado os jornais do dia e não estava respondendo a chamados. Ao entrarem no apartamento, encontraram Nisman sem vida.

O corpo do procurador estava no banheiro de casa, com uma pistola calibre 22 que pertencia a ele ao lado. No entanto, exames não encontraram vestígios de pólvora nas mãos de Nisman. Mesmo assim, autoridades locais acreditam que ele tenha tirado a própria vida.

 Há clima de desconfiança no país. Nisman havia denunciado a presidente Cristina Kirchner e o chanceler Héctor Timerman, afirmando que eles negociaram um plano com o Irã para encobrir os responsáveis pelo ataque terrorista de 1994 contra o centro comunitário judaico Amia, quando foram mortas 85 pessoas e centenas ficaram feridas.