Em vias de ser instalada no Congresso, a Frente Parlamentar Mista em Defesa da Cultura e do Desenvolvimento Social está com as lideranças definidas. Deputado de primeiro mandato, Felício Laterça (PSL-RJ) será o presidente da bancada.

Laterça é delegado da Polícia Federal do Rio de Janeiro e chegou a ser indicado para a superintendência do órgão no Estado. A nomeação foi cancelada em função de um procedimento que o Ministério Público Federal havia instaurado para acompanhá-la. O delegado era acusado de manter vínculos com políticos durante o exercício da profissão, o que ele nega.

Em janeiro do ano passado, a coluna Radar, do site de VEJA, revelou que Laterça respondeu a um processo administrativo por plágio em 2009. A PF abriu uma sindicância para apurar se o delegado copiou um trabalho de conclusão do curso de pós-graduação ministrado pela instituição. O caso foi arquivado porque outros alunos tiveram conduta semelhante. Já o curso foi encerrado pela PF.

A primeira vice-presidência da frente ficará com o senador Arolde de Oliveira (PSD-RJ), uma das surpresas da última eleição eleitas na onda do bolsonarismo. Evangélico, ele lançou em março o livro “Deus quis – Eleições na Era Digital”, que versa sobre a sua vitória no pleito de 2018.

A segunda vice-presidência ficará com o deputado Alexandre Frota (PSL-SP). O ator emplacou indicações na Secretaria Especial da Cultura do governo federal e se tornou um interlocutor no Congresso de artistas temerosos com a política do presidente Jair Bolsonaro (PSL) para o setor. Em maio, Frota deixou a Comissão de Cultura da Câmara para assumir a coordenação da comissão especial que analisará a reforma da Previdência.

Até o momento, a frente conta com 215 deputados e 5 senadores. A previsão é de que ela seja instalada no dia 18 de junho. Os primeiros objetivos da bancada serão discutir a questão das plataformas de vídeo sob demanda, repensar as funções da Ancine, debater as “cotas de tela” e vistoriar a manutenção de museus e teatros.

Outro lado

Por meio de sua assessoria, o deputado Felício Laterça afirmou que a suspeita de plágio não evoluiu. “Houve apuração pela PF e foi verificado que foi um mero erro de digitação numa única citação de uma obra, cujo desfecho foi a absolvição, tendo sido a monografia aprovada”.

Sobre a indicação para o cargo de Superintendente da PF no Rio de Janeiro, o deputado afirmou que a nomeação de fato não ocorreu. “Optamos por adotar medidas judiciais no intuito de preservar o nome e a carreira deste deputado. Assim, todos os veículos que atacaram a honra do deputado federal Felício Laterça estão sendo processados”, disse a assessoria do político.