Lavar as mãos com frequência, evitar tapetes e carpete no quarto, fazer a limpeza periódica dos aparelhos de ar condicionado em casa, no carro e no ambiente de trabalho, evitar aglomerações, manter as janelas de casa abertas nos dias de sol, trocar roupas de cama semanalmente, não respirar fumaça de cigarro, hidratar-se e evitar a automedicação.  Essas e muitas outras dicas de prevenção podem evitar ou atenuar problemas respiratórios, muito comuns e que tendem a piorar com as mudanças bruscas de temperatura. Para discutir os avanços terapêuticos para tratamento de doenças respiratórias, a Associação Bahiana de Medicina promove o Simpósio Doenças de Inverno, no próximo dia 14 de maio, às 19 horas, na sua sede, em Ondina. O Simpósio, coordenado pelo médico Guilhardo Fontes Ribeiro, diretor acadêmico da Associação Bahiana de Medicina e coordenador do Serviço de Pneumologia do Hospital Santa Izabel, é dirigido a médicos, residentes e estudantes de medicina. As inscrições para o evento, que tem apoio do Hospital Santa Izabel, são gratuitas. Informações pelos telefones (71) 2107-9682 ou 3025-9701, site http://www.abmeventos.org.br ou na sede da ABM (Rua Baependi, 162, Ondina).

Em Salvador a taxa de pacientes com rinite alérgica é próxima aos 40% em crianças de 6 a 7 anos, a maior entre as cidades brasileiras. Em adultos jovens de todo Brasil, a taxa fica em 30%, a grande maioria não diagnosticada e tratada, com graves consequências na qualidade de vida. Estima-se que 20 milhões de brasileiros sofram de asma, com mortalidade de três mil pessoas anualmente. “Um absurdo por se tratar de uma morte totalmente evitável”, reflete o médico.

Segundo Guilhardo Fontes, “o uso frequente da automedicação, principalmente com antitérmicos, anti-inflamatórios, descongestionantes e analgésicos, pode mascarar o quadro clínico de muitas destas doenças, retardando o diagnóstico, além de poder desencadear efeitos colaterais graves”. Segundo a Associação Brasileira das Indústrias Farmacêuticas (Abifarma), cerca de 20 mil pessoas morrem no país, anualmente, em decorrência do uso inadequado de medicamentos.

“Durante o inverno, por exemplo, a tuberculose pode ser confundida com infecções respiratórias e, quando o paciente é medicado inadequadamente com antibióticos para infecções respiratórias, a doença pode ficar transitoriamente mascarada, retardando assim o seu diagnóstico correto, aumentando as chances de sequelas, multirresistência e  disseminação da doença”, alerta Guilhardo Fontes.

As doenças respiratórias podem ser divididas em alérgicas e infecciosas, embora em certos pacientes ambas as situações estejam presentes, aumentando o risco de complicações e criando um ciclo vicioso. “As alergias favorecem as infecções assim como as infecções, especialmente as virais, agravam as doenças alérgicas”, explica o especialista.