Com o fechamento da Livraria Cultura na última quarta-feira (30), Salvador perdeu a última grande loja de livros na cidade. Dez meses antes, a Livraria Saraiva também havia encerrado todas as suas unidades na capital baiana. A tendência agora, segundo a pesquisadora do mercado editorial Krystal Baqueiro, é que, de fato, as livrarias deixem de ser físicas, em um processo natural do mercado.

“Tenho estudado que isso é uma coisa cíclica do mercado. É o processo de evolução do mercado editorial. O varejo já foi de vários formatos: livrarias independentes, Megastores fora do Shopping, Megastores dentro dos Shoppings e, agora, deixando de ter livrarias físicas”, afirma.

De acordo com Baqueiro, outra tendência é que as lojas físicas passem a ser de nicho. “Em São Paulo, por exemplo, há uma multiplicação de livrarias de gênero, só de autoras femininas, para apelar para o nicho”.

Já no campo digital, a Amazon segue sendo a pioneira e, por enquanto, sem concorrentes à altura. No entanto, segundo a pesquisadora, algumas empresas nacionais como a Magazine Luiza e a Submarino estão tentando concorrer diretamente no mercado digital.

“A Amazon tem um formato de distribuição muito específico, com locais de estoque em pontos específicos do país. Se você pede um livro em Salvador, não necessariamente precisa vir de um estoque em São Paulo, mas de Recife. Além de ter uma variedade maior… Ser um titã internacional também ajuda”, explica a pesquisadora.