Durante o debate “Situação Hidrológica da Bacia do Rio São Francisco”, uma das mesas redondas da XXVIII Plenária Ordinária do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, realizada nesta quarta-feira (9), no Hotel Catussaba, em Salvador, dois dos principais especialistas em recursos hídricos do Brasil denunciaram a má gestão dos reservatórios da bacia.

“Não há dúvida de que o modelo de operação de reservatório foi falho. A prova mais expressiva disso é a situação atual de Sobradinho, que chegou a 1% da sua capacidade”, afirmou o engenheiro hídrico Rodolpho Ramina.

A fala de Ramina fez coro ao pronunciamento do também engenheiro hídrico Pedro Molinas, que denunciou a falta de publicidade, transparência e diálogo nas decisões sobre a diminuição de vazão dos reservatórios. “É essencial o reconhecimento por parte da ANA (Agência Nacional de Águas)e do ONS (Operador Nacional do Sistema), de que tanto Sobradinho como Três Marias são domínios de usos múltiplos, sendo imprescindível alocar recursos hídricos para estas finalidades, garantindo compensações a partir de um plano de demandas”, pontuou Molinas.

No próximo dia 15, uma reunião na Agência Nacional de Águas (ANA) irá definir sobre a redução da vazão, por meio de resolução publicada na edição do Diário Oficial da União do dia 1º deste mês. A redução deve começar a partir do dia 20.