A inauguração da fábrica da Torres Eólicas do Nordeste (TEN), nesta sexta-feira, 30, em Jacobina, no centro-norte do estado, consolida a Bahia na posição de mercado gerador e produtor de equipamentos para parques de energia eólica. Inaugurada com a presença do governador Rui Costa, a unidade contou com o investimento de 30 milhões de euros, com capacidade para produzir, por ano, 200 torres de aço destinadas a aerogeradores, gerando 850 empregos diretos e indiretos. No total, sete fábricas de componentes para o setor já operam no estado.

“É um investimento muito importante para Jacobina e para a Bahia”, ressaltou Rui Costa. “Deus nos presenteou com ventos de melhores perfis e volume do país e isso propicia que o estado receba muitos projetos no setor de energia eólica, a exemplo de fábricas como essa”, disse.

A planta da TEN fica na Serra do Tombador, próximo aos parques eólicos instalados na região, e recebeu investimentos por meio de uma joint venture – união de empresas – entre o grupo francês Alstom e a construtora Andrade Gutierrez.

Educação

Durante a solenidade de inauguração da planta, Rui Costa anunciou que fará parcerias com a TEN destinada a projetos para investimentos no pacto pela educação com o propósito de melhorar o ensino em escolas e cursos profissionalizantes da rede estadual, formando mão de obra para a indústria.

“Vamos estimular as empresas que investem na cadeia da energia eólica para entrar no pacto pela educação adotando escolas e direcionando cursos técnicos profissionalizantes da rede estadual para fornecer mão de obra qualificada para essa indústria, inclusive garantindo o primeiro estágio dos estudantes”, afirmou Rui.

Rui também disse que trabalha para tornar mais rápidos os licenciamentos de projetos eólicos. “Vamos conversar com o governo federal para priorizar os novos leilões de linhas de alta tensão aqui no estado para garantir as linhas necessárias para a transmissão da energia gerada nas torres”, explicou.

Investimentos

Além da Alstom, que possui uma fábrica de aerogeradores em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador (RMS), estão em operação na Bahia as espanholas Gamesa (caixa de rotor) e Acciona (cubos eólicos), indústrias brasileiras Tecsis (pás e aerogeradores) e Torrebras, que recentemente anunciou a ampliação de 200 para 300 torres eólicas/ano na unidade baiana, representando R$ 47,5 milhões e 125 novos empregos.

A Bahia é o único estado brasileiro a ter mais de quatro GW contratados distribuídos em 165 empreendimentos e a expectativa para 2015 é que o estado supere a marca de um GW em operação. O vento será a maior fonte de eletricidade da matriz energética baiana até o ano de 2020, caso os projetos de energia eólica contratados este ano se equiparem aos de hidrelétricas em funcionamento.

Com investimentos de R$ 3,4 bilhões, a Bahia concentra a maior parte dos parques de energia eólica e solar a serem instalados no país, a partir deste ano, com previsão de entrar em operação em 2017. O estado foi o principal destaque do penúltimo leilão de energia, realizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), no final de outubro de 2014. Dos 62 projetos vencedores, 30 serão instalados em solo baiano (14 solares e 16 eólicos). Juntos, eles serão responsáveis pela geração de 773,1 MW.