O presidente da CBF, Rogério Caboclo, foi acusado de assédio moral e sexual por uma funcionária da entidade. A denúncia foi formalmente protocolada na Comissão de Ética da CBF e a Diretoria de Governança e Conformidade nesta sexta-feira (4). A informação é dos repórteres Gabriela Moreira e Martín Fernandez, do Globo Esporte.

De acordo com a denunciante, que não teve o nome revelado, os abusos acontecem desde abril do ano passado. No documento, ela alega ter provas dos fatos ocorridos e pede punição a Caboclo, tanto na esfera administrativa quanto na Justiça.

A funcionária acusa Caboclo de causar constrangimento em viagens e reuniões, inclusive na presença de diretores da CBF. Em um dos episódios, Caboclo teria tentado forçá-la a comer biscoito de cachorro, a chamando de “cadela”.

Segundo a coluna de Lauro Jardim, do jornal O Globo, a funcionária trabalha na CBF há nove anos, onde começou como recepcionista. Ela chegou a gravar duas fitas, uma delas com um diálogo de doze minutos, ocorrido há cerca de três meses no gabinete do presidente da CBF, no Rio de Janeiro.

Na gravação, Caboclo revela as intimidades do seu próprio casamento. A funcionária tenta mudar de assunto, dizendo que não vai “entrar no assunto da vida sexual de vocês”. Minutos depois, o presidente da CBF pergunta: “Você se masturba?”. Diante do questionamento, a trabalhadora diz que está ficando sem graça e afirma que não quer falar sobre o assunto.

De acordo com o jornal, a funcionária resolveu gravar Caboclo por não suportar mais os assédios. “Tenho passado por um momento muito difícil nos últimos dias. Inclusive com tratamento médico. De fato, hoje apresentei uma denúncia ao Comitê de Ética do Futebol Brasileiro e à Diretoria de Governança e Conformidade, para que medidas administrativas sejam tomadas”, disse a mulher ao Globo Esporte.

A funcionária ainda afirmou que teve sua vida pessoal exposta diante de outros trabalhadores, com mentiras criadas pelo presidente sobre supostos relacionamentos que teria tido no âmbito da CBF. Parte dos episódios teriam acontecido em reuniões, com a presença de diretores da entidade e durante todo o período em que os abusos ocorreram, Caboclo estava sob efeito de álcool. Ela relata pedidos do presidente da CBF para que ela escondesse bebidas em lugares previamente combinados, para que o mandatário pudesse beber ao longo do expediente.

Segundo o ge, a denúncia foi enviada por e-mail ao presidente da Comissão de Ética, um órgão que deve ser independente da entidade, e ao diretor André Megale, responsável pela Governança e Conformidade, diretoria que faz parte da estrutura da CBF. Rogério Caboclo ainda não se pronunciou sobre a denúncia.