A quinta edição da Jornada de Psicologia, promovida pelo colegiado do curso de Psicologia da Faculdade de Ilhéus nos dias 29 e 30 de abril debateu o tema “Promoção de saúde e bem-estar ocupacional“, com esclarecimentos e discussões, em palestras, pôsteres, minicursos e mesa redonda, e evoluiu bem mais, tratou dos desafios de mercado e de empreendedorismo na profissão.Exibindo Estudantes de Psicologia, participantes da V Jornada.jpg

Exibindo Estudantes de Psicologia, participantes da V Jornada.jpgExibindo Estudantes de Psicologia, participantes da V Jornada.jpgA V Jornada de Psicologia foi aberta pela coordenadora do Curso de Psicologia da Faculdade de Ilhéus, professora Me. Andréia Kroger Costa, que destacou o percurso da Jornada por seus  avanços desde a primeira edição, enfatizando que a proposta de semear ideias e promover discussões acerca de temas relevantes para a área sempre foi o principal aporte da Jornada.   Na sequência, o evento científico foi iniciado pelo professor Doutor Nicodemos Batista, com a palestra “O trabalho como atividade predominante na vida adulta: importância da saúde e bem-estar”, seguido do professor doutor Magno Oliveira Macambira, que debateu o tema “Adoecimento psíquico ocupacional: contributos da Psicologia na redução de danos e solução do problema”. .

Na opinião do doutor Nicodemos Batista “o trabalho não pode ser apenas uma fonte de remuneração, precisa ser uma fonte de prazer.” Ele explicou que gerações anteriores, denominadas Baby Boomers, tinham maior preocupação em buscar segurança, estabilidade ocupacional e financeira, enquanto que as gerações mais recentes buscam prazer, reconhecimento e estão relacionadas ao reforçamento positivo. “Hoje, as carreiras são meteóricas e a permanência numa mesma empresa (o que era considerado estabilidade) pode acarretar em comportamentos estereotipados e inflexíveis, o que consequentemente leva à estagnação”, afirma Borges. Assim, a estabilidade atual estaria na capacitação do profissional e não no tempo dedicado a uma única (ou pouca) experiência. Mas ele compreende que o ideal é buscar o ponto de equilíbrio.

Segundo o professor Macambira, um campo emergente da Psicologia vem se desenvolvendo no sentido de antecipar o comprometimento da saúde do trabalhador, buscando aspectos positivos, a partir de estratégias preventivas.  Temas como florescimento, engajamento, suporte, vínculos com o trabalho, felicidade, entre outros, entrelaçam temas antigos e novos em uma mesma rede de construtos que preveem a saúde do trabalhador.

Os minicursos se constituíram também em grande atrativo como atividade: Aplicações da Teoria dos Valores Humanos nos contextos de trabalho, organizações e mercado (Dr. Everson Cristiano de Abreu Meireles); Desemprego e sofrimento psíquico (Me.Wallace Habib); e Introdução ao coaching contextual ( Dr. Nicodemos Batista). Houve ainda, uma mesa redonda sobre as Contribuições da Psicologia para os Desafios do Mercado de Trabalho, com o Psicólogo e Empreendedor Bruno Soalheiro falando sobre os desafios de ingressar no mercado de trabalho, e o Doutor Macambira com o seu ponto de vista sobre o desafio de se manter no mercado de trabalho.

No encerramento da Jornada, foram oferecidas duas palestras. Uma sobre a “Formação e Formatura: A Construção de uma Carreira de Sucesso” proferida por Genesson Honorato,  psicólogo itabunense, analista pleno de recursos humanos da L´Oréal Brasil. Para ele, uma carreira de sucesso precisa de um elemento simples, motivação. Ao estar motivado, uma ação fará toda diferença, o empreendedorismo pessoal.  E conclui: “A gente trabalha num mundo de negócios e para a construção de uma carreira de sucesso, é preciso estar motivado, ser empreendedor e ter foco.”.

Segundo o empreendedor Bruno Lima Soalheiro, que fez a última palestra da jornada “Formei em Psicologia. E agora!? Empreendedorismo para psicólogos: perspectivas e práticas para desenvolver um carreira independente”,  os profissionais da área têm dado pouca atenção ao aspecto mercadológico e as imagens das campanhas publicitárias da categoria sempre remetem ao estado depressivo, do estar doente, diferente de outras profissões. E por conta disso as pessoas têm vergonha de ir ao psicólogo, que acaba ficando fora da indústria wellness (bem-estar).

O advogado Lahiri Argollo, estudante do 8º semestre de Psicologia na Faculdade de Ilhéus, gostou muito do evento e não hesitou em falar: “Achei a quinta Jornada fantástica! É sempre importante que seja salientada uma visão diferente da Psicologia como profissão. A gente, de modo geral, tem a visão dessa Psicologia reativa, que o psicólogo espera o seu paciente, e não de uma atividade profissional voltada para promover o desenvolvimento pessoal e social.”.  E na opinião de Delsilene Damásio, estudante do 9º semestre de Psicologia na Unime,  a Jornada fechou com chave-de-ouro, “me senti presenteada com as duas últimas palestras”, afirmou a participante.