A III Jornada Jurídica do Sul da Bahia, promovida pela Faculdade de Ilhéus este mês no auditório da instituição, sobre o Direito e Processo do Trabalho Contemporâneo, também abordou o problema do trabalho escravo no Brasil, com a participação especial do Desembargador Regional do Trabalho da 5ª Região, Jéferson Alves Silva Muricy.
O desembargador disse que “o trabalho escravo contemporâneo guarda muitas semelhanças, muitas marcas, do trabalho escravo do século XVI ao XIX. Fomos o último país a acabar com a escravidão, último país ocidental, pelo menos, a acabar com a escravidão como regime de relação de trabalho, como forma organizada de produção. Então, o trabalho escravo no Brasil perdura por cerca de 350 anos. E o que nós trouxemos pra cá, da África, foi um êxodo forçado. Estima-se que tenham chegado em torno de 4 milhões de escravos, ou 4 milhões e meio, fora os que morreram no percurso. Então, nós temos de partida, um universo de pessoas que foram tiradas da sua terra, da sua cultura, de seu ambiente, dos seus vínculos, das suas famílias, das suas tribos, que vieram para o Brasil para servir de mão-de-obra escrava. Isso era parte do processo, não só eram juridicamente transformados em coisas, mas eles eram coisificados e desumanizados pelo seu desterro material, territorial e pessoal, subjetivo, acrescentou Muricy.
Organizada pelo colegiado do curso de Direito, a III Jornada Jurídica da Faculdade de Ilhéus reuniu estudantes de Direito, advogados e outros profissionais da área, e contou com apoio da Cabana Gabriela, Kinichi Restaurante, Posto Atlântico Sul, Terceira Via Formatura e Eventos, Buriti Materiais de Construção, Hotel Jardim Atlântico, Água Mineral Gabriela, Buffet Marley Monteiro, revista Folha da Praia, Nutricau, Pastore Advogados, Cers – Complexo de Ensino Renato Saraiva.
Sem Comentários!
Não há comentários, mas você pode ser o primeiro a comentar.