No dia 06 de julho de 2021, às 20h, no canal do YouTube do Bloco Afro Os Negões, será lançado o Documentário AXÉ IRMÃOS, que fala sobre os 40 anos de história do Grupo Cultural OS NEGÕES fundado na Bahia em 1982. O audiovisual ficará disponível até o dia 10 de julho.

AXÉ IRMÃOS, é um documentário que retrata fragmentos dos movimentos do Grupo Cultural OS NEGÕES, que se transformou em bloco afro carnavalesco em 1995, dentro dos propósitos de reconstrução social através da cultura e da memória afro no Brasil. Tendo como narrativa principal a estética do homem preto, as afrovisualidades e suas construções históricas ao longo desses 40 anos, favoreceu o que conhecemos hoje como empoderamento, comunicação preta e liberdade estética.

“A palavra de ordem “AXÉ IRMÃOS” era uma uma espécie de código que nós usávamos na época. Nesse mesmo momento, vivamos em extrema intolerância religiosa, muito dos percussionista do bloco eram Ogãs que tocavam nos terreiros de candomblé, e o movimento dos blocos afros e de afoxés sempre sentiram forças através da palavra “axé”, que também era um mecanismo de comunicação. Quando encontrávamos um dos nossos com a estima baixa por causa do enfrentamento dos problemas sociais, juntos gritavamos: Axé irmão!, Força irmão. Essa palavra de ordem, esse código, veio de dentro do candomblé, de dentro do axé, e abraçamos isso dentro do nosso bloco afro porque já era uma tradição nossa”, conta Paulo Roberto Nascimento, presidente do Bloco e curador do projeto.  

O projeto contou com as filhas do Presidente do Bloco, Luma Nascimento na curadoria e Loo Nascimento no Figurino, além de ter direção e roteiro de Juh Almeida, pesquisa de Yasmin Thayná, direção de fotografia de Edvaldo Raw, direção de arte de Alex Lemos, trilha do C-AFROBRASIL, edição e montagem de Ana Julia Travia, coloração de Lucas Raion, programação visual de Kaula Cordier, performance de Felipe Nascimento, Heraldo de Deus, Matheus Santos, Edvaldo Raw e Paulo Nascimento, entrevistas com Guimario Nascimento, Natanael Dias, Laércio Tavares e Lázaro Roberto. A produção executiva foi realizada pelas plataformas presentyzmo.com e fervo2k20.org.

“Essa entrega foi um laboratório audiovisual imersivo numa política de reparação na prática, por ter uma equipe de realização preta e jovem. O projeto visual evidencia pesquisas de movimentos de sociedades alternativas independentes, encontros de pessoas e culturas através do tempo e das memórias. Registros cruciais sobre a existência da prática afro-tradicional e funcionais por meio das manifestações culturais.”, conta Luma Nascimento, curadora do projeto.

O projeto tem apoio financeiro do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura e do Centro de Culturas Populares e Identitárias (Programa Aldir Blanc Bahia) via Lei Aldir Blanc, direcionada pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo, Governo Federal.

Sobre o bloco  – O bloco afro Os Negões foi criado em 1982 por um grupo de militantes, artistas e esportistas (em sua maioria jogadores de basquete) que frequentavam juntos as festas de largo de Salvador, mas no Carnaval sempre se dividiam entre os diversos blocos afro da cidade, para não continuarem separados durante a folia, decidiram criar o Bloco Os Negões de 1,80m. Em 1995, passaram a permitir o ingresso de mulheres e homens com menos de 1,80m de altura. Em 2000, o bloco criou o Fórum das Entidades Negras, juntamente com Ilê Aiyê, Muzenza e Malê Debalê.

Engajado nas questões sociais e em particular, com a comunidade afro-brasileira, realiza atividades no combate às desigualdades e ao racismo. Criaram  projetos sociais, educacionais, culturais de qualificação profissional permitindo a inclusão de pessoas pretas em programas que incentivam a geração de emprego e renda na comunidade. Em 2016, Os Negoes conseguiu migrar mais de 2.000 pessoas pretas no ensino superior de uma só vez na Bahia, através de uma parceria com o programa UNIESP.

Programa Aldir Blanc Bahia – Criado para a efetivação das ações emergenciais de apoio ao setor cultural, o Programa Aldir Blanc Bahia (PABB) visa cumprir os incisos I e III da Lei Aldir Blanc (Lei Federal nº 14.017, de 29 de junho de 2020) e suas regulamentações federal e estadual. As ações são: a transferência da renda emergencial para os trabalhadores e trabalhadoras da cultura, e a realização de chamadas públicas e concessão de prêmios. O PABB tem execução pelo Governo do Estado, através da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia, geridas por meio da Superintendência de Desenvolvimento Territorial da Cultura e do Centro de Culturas Populares e Identitárias; e as suas unidades vinculadas: Fundação Cultural do Estado da Bahia, Fundação Pedro Calmon, Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural.

Programação  

05/07 às 20h – Live de pré-lançamento com Paulo Nascimento, presidente do Bloco Os Negões, Neyzona e Luma Nascimento no Instagram @OsNegoes 

06/07 às 20h – Lançamento do filme documentário AXÉ IRMÃOS canal do YouTube do Bloco Afro Os Negões

07/07 às 20h – Live sobre o processo criativo com o Diretor de fotografia Edvaldo Raw e o Diretor de Arte Alex Lemos no Instagram @OsNegoes  mediado por Neyzona.

09/07 às 20h – Live sobre o processo criativo com as cineastas Juh Almeida e Yasmin Thayná no Instagram @OsNegoes mediado por Neyzona.