O escândalo das propinas na Petrobras piora a cada dia a imagem da estatal, que negociou mais de US$ 98 bilhões de dólares em títulos na bolsa de Nova York, nos EUA.Nesta semana, o número de cidades americanas que entraram com ação contra os prejuízos causados a investidores subiu para 12.

Providence, capital do estado de Rhode Island, moveu uma ação coletiva  acusando a empresa de vender papéis com preços mais altos, com base em contratos superfaturados com empreiteiras, em troca de propina. Se perder, a Petrobras terá que indenizar todos os americanos que investiram na estatal, não só os da cidade.

A Petrobras não se manifestou.  A empresa está preocupada agora em honrar os pagamentos aos fornecedores das empreiteiras brasileiras, para evitar quebradeira no setor de óleo e gás, e montou um esquema emergencial.O dinheiro, porém, não passa pelas companhias investigadas na operação lava-jato: R$ 300 milhões já foram enviados a diretamente a fornecedores da construtora Queiroz Galvão, uma das empresas envolvidas no esquema de corrupção.

Na Justiça do Paraná, a expectativa é para o depoimento de Venina Velosa ao juiz Sérgio Moro, no dia 10 de fevereiro. A ex-gerente garante ter alertado a presidente da Petrobras, Graça Foster, sobre irregularidades nos contratos da estatal.

Nesta semana vazaram documentos mostrando que Venina atuou no conselho criado para administrar a obra da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, entre 2008 e 2009 – com custo previsto de R$ 2 bilhões, a estrutura já consumiu R$ 20 bilhões e não ficou pronta.

A defesa de Venina agora se articula para não deixar a imagem de mocinha ser transformada na de vilã da história e lembra que os maiores contratos de Abreu e Lima, na chamada Fase Quatro, foram assinados a partir de novembro de 2009, um mês depois que ela foi transferida para Cingapura.